Bruno Castelo Destaque Jogos Review/Análise

Scar-Lead Salvation | Se ver em promoção, arrisque. Fora? Nem pensar

Agradecimentos a Keymailer por disponibilizar a chave.

O segmento de jogos Roguelike ou Roguelite é sempre visto como algo extremo. Ou você realmente gosta ou despreza a tal ponto de evitart qualquer entrada nova no mercado. Scarlead Salvation já tem essa dura tarefa de conquistar os jogadores que estão acostumados a experiências do gênero fantásticas como HADES ou o queridíssimo DANDY ACE da brasileira MAD MIMIC. Em ambos os casos não consegui parar de jogar e me diverti muito em suas propostas. Não é exatamente o caso de Scarlead Salvation, que falha basicamente em quase tudo que se propõe a fazer. O jogo desenvolvido pela Compile Heart em parceria com os estúdios Neilo é um composto de tentativas em recriar um bom Roguelite mas que param nos problemas técnicos, criativos e de gameplay.

Um jogo mediano com problemas técnicos e de repetição exagerada de gameplay. Ele merece sua atenção apenas em uma promoção

PREMISSA/NARRATIVA

Você é uma garota , presa numa armadura e com uma arma de assalto nas mãos. Acordando numa espécie de base , você avança pelos corredores e descobre que acaba voltando sempre que morre após um tutorial. Enquanto isso acontece, uma voz, uma espécie de IA entra em contato querendo te guiar pelas instalações e te ajudar a entender quem você é. Há resquícios de uma guerra entre seres com poderes de camuflagem avançada e a humanidade e aparentemente toda a aventura é determinada pela sua recuperação de memória e diálogos com a IA que insistentemente fica falando na sua orelha nos piores momentos possíveis. Percebam que até a história acaba sendo afetada por escolhas duvidosas : Como vou assimilar o que acontece no jogo se a IA fica falando exatamente quando o tiroteio come solto ? No geral, é uma história comum, boa de se acompanhar e nada mais que isso.

GAMEPLAY/JOGABILIDADE

O ponto menos controverso do jogo. É muito simples o conceito . Um botão mira, outro atira. O Dash ajuda você a esquivar de tiros e há o parry também para atacar robôs com danos físicos ou contra – atacar os projetéis que cortarão a tela. Há também o modo Onslaught que nada mais é do que um especial de invencibilidade que deixa Willow invulnerável por segundos. Sua aplicação ajuda um pouco mas o curto período e a maneira como o jogo divide ele em 4 barras da build ao invés de podermos ativar e reativar quando quisermos o torna quase inútil em situações caóticas. E sobre as builds, são 4 slots sendo que 3 deles são liberados avançando nas instalações. Você pode escolher entre uma defesa melhor ou um segmento de vida maior. Que tal uma esquiva mais longa? Ou prefere que a invencibilidade dela dure mais? É bem divertido confesso mas faltou tempero.

A obrigação de você criar combinações pré determinadas irrita e prejudica também. Por exemplo, você não pode ter um buff defesa se você tiver a skill de vida máxima. Isso influência na dificuldade artificialmente pra tentar dificultar um pouco mais o jogo. Decisão questionável pois bom roguelites tem outros fatores para tornar a habilidade do jogador necessária e não simplesmente tirando a liberdade dele de montar um personagem tão OP quanto os inimigos da run avançada. O jogo pode parecer mamão com açúcar nas primeiras interações, porém, quando você derrota os 3 chefes do jogo uma nova aventura acontece e ela é notavelmente mais complicada que a última. Nessa abordagem, não faria mal eu poder fazer uma personagem mais resistente.

Enfim, paciência. As armas são péssimas. Todas são ridiculamente fracas demais ou simplesmente ruins de se usar em campo de batalha. Se sobressaem apenas o rifle a distância e o laser e ainda assim este último tem um tempo de recarga enfadonho e é basicamente nulo por exigir uma mira mais afiada e não funcionar a grandes distâncias. Com uma sala cheia de robôs com ataques rápidos ou as batalhas contra chefes, esse peso te atormenta o fazendo adquirir um rifle de assalto básico só pra correr feito maluco pela sala tentando acertar algo. Há alguns especiais como uma espécie de Lança – mísseis elementais mas em batalhas contra chefes o projétil é tão lento e demorado que eu questionei arduamente as escolhas da minha vida e do porquê ter escolhido tal arma.

DIREÇÃO DE ARTE/ASPECTOS TÉCNICOS

Básicos. Comuns. Não há outra definição. O pior ponto nesse aspecto são os cenários. As salas onde você enfrenta tem apenas 3 variações visuais onde é o elemento dos robôs que te atacam que determina a cor. Clichê e preguiçoso, houveram momentos onde eu simplesmente saia correndo evadindo inimigos para simplesmente farmar habilidades para minha build ou achar uma vida extra por entre os corredores.

Os efeitos sonoros cumprem seu papel e são até condinzentes. Passos, tiros, explosões…Tudo passa a sensação que deveria passar sem nada muito acima do que precisa ser feito. Ponto fraco pra música que ébasicamente inexistente e que quando aparece não oferece adrenalina alguma nas batalhas contra chefes.

Mesmo sendo um jogo indie com foco na ação a performance deixa a desejar em diversos momentos. Um Blur feio acompanha a personagem quando corre a ponto de embaçar o modelo. As quedas de fps e até Stutterings acontecem e ainda mais em batalhas contra chefes o que prejudica demais as nossas tentativas. Morrer por calcular mal um simples movimento do chefe final verdadeiro é uma sensação eu não desejo a ninguém. Ainda mais quando essa morte é causada por problemas técnicos.

CONCLUSÃO

Scarlead Salvation é um jogo onde a salvação é literalmente um jogador insistente. Metade do tempo eu briguei com as própria limitações impostas pelo jogo seja na parte técnica ou escolhas duvidosas tanto no gameplay quanto na construção de cenários. Apesar da mecânica de combate ser divertida, o jogo erra feio basicamente em todos os aspectos propostos. Difícil recomendar com tantas obras fantásticas no mercado como o próprio RETURNAL da HOUSEMARQUE que é basicamente o santo graal de onde jogo tenta se estabelecer. Uma pena ele não conseguir tal feito.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *