Jogos Review/Análise

Review | Mercenaries Lament: Requiem of the Silver Wolf

Chave recebida via FLYHIGH WORKS

Trata-se de um RPG de simulação tática ambientado em um mundo de fantasia, onde uma doença misteriosa transforma os infectados em zumbis após a morte. Foi lançado inicialmente para Nintendo Switch em 9 de fevereiro de 2023 no Japão, seguido por versões para PlayStation 4 e PlayStation 5 em 19 de abril do mesmo ano. A versão para PC foi lançada em 23 de janeiro de 2025.

“Um RPG tático envolvente, mas não passa disso”

PREMISSA

Em Mercenaries Lament: Requiem of the Silver Wolf, somos transportados para um mundo devastado por uma doença misteriosa que transforma os infectados em zumbis após a morte. Anos se passaram desde o início dessa praga, e mercenários tornaram-se essenciais na luta contra os mortos-vivos que assolam o continente.

No centro dessa narrativa está Johann, o capitão da Companhia Mercenária Lobo de Prata. Certo dia, ele tem um encontro sinistro com o Ceifador, que lhe profetiza: “Nos próximos 100 dias, a tua sorte vai acabar. Esse será o dia do teu destino.” Após despertar de um sono perturbador, Johann conhece uma jovem com poderes milagrosos capazes de curar a doença que assola o mundo. Intrigado e esperançoso, ele decide acompanhá-la em uma jornada pelo reino, buscando salvar o maior número possível de pessoas infectadas.

À medida que avançam em sua missão, Johann e sua companheira enfrentam hordas de zumbis e outros desafios, enquanto exploram as profundezas da condição humana e da mortalidade. A narrativa do jogo nos leva a questionar o destino, a esperança e o sacrifício, tudo isso em meio a batalhas estratégicas e decisões que moldam o futuro desse mundo sombrio.

GAMEPLAY

A jogabilidade é um prato cheio para os fãs de RPGs táticos que não conhecem a série. As batalhas se desenrolam em mapas com visão isométrica e diferentes elevações, onde o posicionamento dos personagens é fundamental. Atacar um inimigo pelos flancos ou pelas costas pode ser decisivo para virar o jogo a seu favor.

A disposição dos seus aliados no campo de batalha também influencia nos efeitos de suporte, permitindo estratégias mais elaboradas. Você tem liberdade para desenvolver seus personagens, adquirindo e aprimorando habilidades, além de poder mudar de classe usando os pontos de habilidade ganhos nas lutas.

Uma mecânica interessante é a “Advent Soul”. Quando a personagem Amalie está na sua equipe, uma barra no canto superior direito da tela se enche conforme você avança, permitindo acumular até 9 pontos de batalha (BP). Com esses pontos, os personagens podem entrar no estado “Advent Soul”, ficando mais fortes por um tempo limitado. Nesse estado, eles podem realizar ataques combinados com outros membros do grupo e usar habilidades especiais chamadas “Soul Exceed”.

Crítica: Existe uma limitação na variedade de habilidades dos personagens. Embora exista um sistema de pontos de habilidade para aprimorar as técnicas, muitas vezes as habilidades de nível mais alto consomem uma quantidade excessiva de MP, tornando-as pouco práticas em combate. Isso leva os jogadores a utilizarem constantemente as mesmas habilidades de menor custo, reduzindo a diversidade estratégica nas batalha.

Crítica¹: A jogabilidade e os sistemas de combate permanecem praticamente inalterados em relação aos jogos anteriores da série, o que é de certo modo muito decepcionante.

Crítica²: O jogo apresenta picos de dificuldade que podem frustrar os jogadores. É comum que os personagens estejam abaixo do nível necessário para as missões principais, obrigando os jogadores a participarem de batalhas secundárias repetitivas para ganhar experiência e fortalecer a equipe. Essa necessidade de “grinding” pode tornar o progresso na história mais lento e menos envolvente.

DIREÇÃO DE ARTE

Em Mercenaries Lament: Requiem of the Silver Wolf, a direção de arte é um verdadeiro deleite para os olhos. Os personagens, desenhados pela talentosa ilustradora Sakura Mochi, ganham vida com expressões faciais ricas e detalhadas, adicionando profundidade e personalidade a cada membro do elenco.

Os cenários do jogo são apresentados em mapas com visão isométrica e diferenças de elevação, proporcionando uma sensação de profundidade e realismo ao campo de batalha. Essa abordagem não só enriquece a estética visual, mas também complementa a mecânica estratégica do jogo, onde o posicionamento é crucial para o sucesso nas batalhas.

Crítica: A discrepância entre a arte detalhada dos retratos dos personagens e os sprites pixelados durante as batalhas é notável. Enquanto os retratos são bem elaborados, os sprites carecem de detalhes, criando uma desconexão visual que pode afetar a imersão do jogador.

CONCLUSÃO

Mercenaries Lament: Requiem of the Silver Wolf é um RPG tático que mantém as bases sólidas da franquia, oferecendo uma jogabilidade estratégica interessante, uma narrativa envolvente e uma direção de arte competente até certo ponto. No entanto, o jogo não inova o suficiente para se destacar dentro do gênero, trazendo mecânicas já conhecidas e, em alguns momentos, repetitivas. Além disso, a necessidade de grinding e o desbalanceamento de certas habilidades podem tornar a experiência cansativa.

Para quem gosta de RPGs táticos clássicos e não se incomoda com a falta de novidades, Mercenaries Lament pode ser uma boa pedida, especialmente pelo seu sistema de combate estratégico e pelos belos retratos dos personagens. Porém, se você procura algo mais dinâmico e inovador dentro do gênero, pode ser que este título não atenda às expectativas.

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Press manager, criador de conteúdos e redator de notícias sobre universo gamer, nerd e geek. TikTok: ramosbuenojoga

2 Comments

  • Marcio Yukio Lima 5 de março de 2025

    Olá, Ramos Bueno! Parabéns pelo Review de Mercenaries Lament, infelizmente o game é de uma franquia pouco jogada aqui, bem de nicho mesmo, sou muito fã e fico muito feliz sempre quando vejo conteúdo de Mercenaries Saga em nosso idioma.
    Conforme prometido, aqui vão os comentários sobre sua resenha:

    Sobre a “doença misteriosa”, é inspirada de forma bem lúdica na pandemia do início da década, até o nome é parecido, hehe. Felizmente eles abordam o tema de forma bem lúdica e não houve polêmicas com o lançamento do game.
    E não é a primeira vez que eles cutucam temas delicados, no Mercenaries Blaze(também de forma lúdica), a trama gira em torno de um tema bem atual: imigração ilegal(foi o jogo da franquia que me “fisgou” aliás).

    As batalhas da série Mercenaries são sensacionais e viciantes, são batalhas que não cansam, dá sempre vontade de jogar de novo um tempo depois. Virou meu xodó entres os games indie desta geração.
    A árvore de habilidades aumenta bastante o fator replay, já que em condições normas é necessário jogar no mínimo duas vezes para conhecer e jogar com todas as classes de cada personagem.
    Sobre o “Advent Soul”, apelidei carinhosamente de “Estourar Barra” (curto muito jogos de luta também), que é uma novidade em relação aos 2 games anteriores(onde tinha apenas os especiais, mas em nível 1, 2 e 3 parecido com Street Fighter Alpha).
    Sobre o sistema de pontos de habilidade, minha opinião é que “faz parte do jogo”. Saber gerenciá-los de acordo ao gosto do jogador, um pode preferir investir em habilidades passivas, outro ter todas elas mas em níveis baixos, outros focando em uma habilidade específica…
    no meu gosto pessoal eu gosto de investir nas que influem no dano/cura da habilidade, usando apenas algumas de suporte.

    Sobre a jogabilidade ter poucas alterações, de certa forma é um ponto positivo também, já que o jogo se encaixa em “bom, bonito e barato” e “em time que está ganhando não se mexe”. Lembrando que é um game indie feito pela Rideon Japan que possui equipe e orçamento limitados para seus simpáticos títulos.
    Mercenaries Saga em questão de jogabilidade é que nem muitos jogos dos anos 90, na prática são “atualizações” da versão anterior, com uma podada aqui e ali, fortalece classe x, nerfa classe y, por aí vai.
    Mas… em 2023 eles lançaram um título com as mesmas bases de jogabilidade da franquia mas, por ser um novo game, outro mundo, resolveram arriscar mais: Cross Tails. Já jogou esse? É distribuído pela Kemco(a vantagem é que tem para Xbox e a desvantagem é que é mais caro que os jogos distribuídos pela Circle/FlyHighWorks).
    Tem sistema de “jobs”, raças, recrutamento de unidades “genéricas”, os especiais são mais diversificados e o gasto de barras varia de acordo com cada um… e o charme dos games da Rideon continua lá: referências a outros títulos da série, artworks bonitos, jogabilidade viciante…
    Inclusive dá pra perceber que usaram ideias introduzidas em Mercenaries Lament(que no Japão saiu antes do Cross Tails) como “laboratório” para novidades no Cross Tails, como por exemplo o nerf do especial que ressuscita vários aliados da equipe, e, principalmente, o esquema de voce ser obrigado a
    jogar em Novo Jogo + para ter acesso a um personagem “das galáxias” em ambas as facções que desbloqueia o final verdadeiro do jogo(só no Cross Tails o processo é bem mais simplificado, no Mercenaries Lament tem pegadinhas que podem fazer o jogador de desistir – uma amiga minha que não conhecia a franquia inclusive desistiu porque ficou frustrada com o final ruim e não teve paciência nem tempo para fazer o processo do final verdadeiro).

    Os picos de dificuldade realmente precisam de ajustes, é algo que que pode fazer um “marinheiro de primeira viagem” desistir do jogo, e acontece muito na série. As batalhas mais marcantes para mim são as batalhas 3 de Mercenaries Blaze(pouco depois do início, pode assustar quem não está familizarizado com o sistema de jogo dele)
    e a 8 de uma das rotas do Mercenaries Wings(que se vc tiver evoluído seus personagens de forma errada, se não tiver algum jogo salvo no meio do caminho pode ser forçado a recomeçar do início).

    As ilustrações da Sakura Mochi são lindíssimas, pena que tiveram recepção mista, pois como sempre, as vezes a galera tem uma certa resistência com artes de uma ilustradora de shoujo desenhar para obras teoricamente focadas no público masculino, inclusive gente desinformada falando que era “desenho tosco feito por IA”.
    Sobre os sprites dos bonequinhos, isso vem da questão do reaproveitamento, muitos modelos vem desde o primeiro game da saga, mudando detalhes como cores, cabelo, cor da pele etc…
    outros casos nem isso, o sprite de algumas classes do Marian por exemplo é exatamente o mesmo do Francis, o clérigo de Mercenaries Wings. Assim como o Lester do Mercenaries Blaze era praticamente “irmão gêmeo” do Claude do Mercenaries Saga 2. Com o tempo me acostumei.
    Tem vários casos até cômicos com isso, e eles aparentemente leva de boa, o mais marcante para mim foi quando um amigo meu fez um desenho com o Douglas do Mercenaries Rebirth e o Romano do Marenian Tavern Story tomando café juntos
    e o perfil oficial da Rideon Japan no X Twitter não só compartilhou o desenho como comentou em PT-BR que “eles são mesmo parecidos” , colocando ao lado as artes oficiais dos ditos cujos.

    Eu daria nota 8, hehehe, para quem tem receio vale a pena esperar uma promoção especialmente no Steam, no geral são títulos com preço bem acessível.

    Até a próxima!

    • Ramos Bueno 5 de março de 2025

      Olá, Márcio.

      Primeiramente, gostaria muito de agradecer pelo seu comentário. Achei demais como você tem domínio sobre a franquia e trouxe muitas coisas legais aqui e outras que eu não sabia.

      Sendo sincero com você, Cross Tails está no meu radar tem algum tempo, mas ainda não tive o prazer de colocar as mãos, espero que desse ano não passe.

      Fico imensamente agradecido por essa tonelada de informações e espero trazer mais conteúdos sobre franquias e jogos que são nichados no Brasil, mas que são ótimos para explorar e conhecer.

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