Mega análise dos jogos da franquia diesel punk mais famosa dos games.
Na matéria de hoje irei trazer em primeira mão um grande conjunto de análises de todos os jogos da franquia Wolfenstein pós reboot de 2015.
Não é de nenhuma obscuridade que o pai dos jogos de FPS seja Doom, originado no antigo e quase já desconhecido MS DOS. Os primórdios dos games 3D no início da década de 90 trouxe à luz outra grande franquia além da já famosa saga Doom.

Em 1992 veio a existência um jogo de mesma fórmula, com ambientação 3D e sprites 2D, com a mesma pegada de gameplay que seu originador Doom. Esse jogo então foi batizado de Wolfenstein 3D (por motivos óbvios de marketing).
Mas para além de merda ficção ao qual o jogo nos coloca na pele de William Joseph Blazcowitz, um bravo soldado – de fato o maior – dos EUA é enviado a um castelo para eliminar nazistas e pôr um fim à guerra matando Adolf Hitler. Esse detalhe é interessante pois o nome do jogo se inspira em um castelo da vida real, sim o castelo “Wolfenstein” existe. Seu nome é Wewelsburg e fica situado no vilarejo de nome semelhante Wewelsbury, na Alemanha. Inspiração bastante interessante. Quem diria que os games também são cultura, não?!
Para mais informações sobre o castelo que deu origem ao nome da franquia segue o link. Fonte: Wewelsburg – The Real ‘Castle Wolfenstein’

Agora que já sabemos o que nos espera, e sobre o que se trata o game vamos falar então do seu reboot que foi feito em 2014 com o primeiro de uma série de 4 jogos. Esse por sua vez trás o título de Wolfenstein: The New Order.

O ínicio da narrativa do jogo se passa no dia D em 1945, um dia conhecido por todos como sendo o início da queda do nazismo na vida real. No entanto no jogo as coisas não tem um final tão positivo como na vida real, mas sim, com o início de um terror inimaginável, a derrota dos aliados e a vitória do regime nefasto e sanguinolento criado na Alemanha.
Mas dito isso o que podemos esperar do jogo?
Jogabilidade:
A luta na pele de BJ é simplesmente recheada de altos e baixos e momentos que literalmente nos tiram o fôlego, pois como é de se esperar de um jogo em que enfrentamos os assassinos mais bem treinados e violentos que já existiram.
O jogo possui diversos cenários, como castelos, bases e prisão. Todos os ambientes são característicos de uma arquitetura brutalista, muito concreto exposto e de luz tênue. Toda a imersão do game se dá pelos acontecimentos e ambientes. Podemos contar com diversos tipos de armas, sendo elas os clássicos de sempre como pistola, escopeta e fuzil de assalto. Cada arma tem uma aplicação única para o seu tipo o que faz que troquemos constantemente de armas durante a gameplay, isso traz dinamismo e até certo desafio em momentos que os inimigos nos exigem mais destreza ou precisão nos disparos.

O jogador pode e deve esperar um jogo ficcional que apenas utiliza-se da realidade como pano de fundo. Porque é importante saber disso? Os ambientes, inimigos, ambientes e tecnologias se dão em diversos momentos de forma bastante exagerada, seja em tamanho ou forma. Isso não é um ponto negativo em nenhum aspecto, visto que, cada um dos exageros são explicados em documentos colecionáveis dentro das missões. É algo bastante interessante ler cada um desses documentos que fazem uma explicação bastante precisa que constrouem o sentido de toda a ficção criada na série.
Ainda falando de gameplay o jogo é basicamente Doom com outra roupagem. Combate frenético, intenso e bastante desafiador. Não é um jogo de se jogar sem nenhum esforço ou exigência de habilidades, mesmo no modo mais fácil, o que faz o jogo ser um pouco mais prazeroso pois aumenta a sensação de onipotência do jogador. Mas nem tudo é apenas uma chuva de balas e frenesi recheado de sanguinolencia, nos deparamos diversas vezes com momentos em que devemos agir com cautela para não sermos detectados por comandantes das tropas nazistas, esses momentos de “stealth” são determinantes se nossa missão será tranquila sem que tenhamos grandes problemas, ou se iremos enfrentar uma horda gigantesca de nazistas enfurecidos para nos matar. Esse detalhe acentua bastante o nível de desafio do jogo, ou seja, por mais tranquilo que possa parecer o momento, se houver um comandante por perto é melhor por um fim a ele assim que possível.
O jogo conta com uma jogabilidade sólida e muito constante, não há momentos no jogo em que a jogabilidade se torna ou causa qualquer problema. Este por sua vez é um dos pontos mais altos do jogo.
História:
A luta começa no castelo e nos vemos envoltos numa caçada viceral por generais da alta cúpula da SS Nazista. O vilão principal do jogo General DeathsHead é honestamente de causar ogerisa a qualquer um. Responsável por experimentos e mortes nefastas durante a segunda guerra.
A trama é simples, com reviravoltas simples porém nada simplórias. O tempo todo o jogo nos dá mais e mais motivação para seguirmos o encalço dos responsáveis pelos horrores e traumas em toda humanidade. Não se assuste se você caro leitor se sentir envolto no sentimeto de revanche e vingança contra os vilões da trama, a ideia dos desenvolvedores foi exatamente essa e que atingiram com maestria de forma simples, rápida mas não cansativa e, bastante direta desde os primeiros minutos do game.
Esteja sempre disposto a ler os documentos mencionados anteriormente pois eles dão luz sobre muitas coisas e muitos “por ques” dentro da trama do game.
Gráficos:
Os gráficos do game não são de tirar o fôlego no sentido de realismo extremo, mas cumpre de forma competente a proposta, não deixando a desejar em nada. Na realidade não se pode pontuar pontos negativos expressivos, as texturas por sua vez são muito bem detalhadas ao ponto de o jogador perceber nitidamente e sem nenhum problema do que se trata cada superfícies. O ponto alto de detalhamento fica a cargo das máquinas presentes no game, sejam robôs ou veículos. A criatividade de uma engenharia mecânica fictícia fica muito evidente com um trabalho bastante detalhado nestes detalhes.
Notas:
Jogabilidade: 10
História: 10
Gráficos: 9
Wolfenstein The Old Blood

Jogo lançado em 2015 se trata de uma prequéla que antecede os acontecimentos do primeiro jogo do reboot da saga. Aqui nós encaramos os primeiros desafios da carreira militar de BJ. Novos inimigos adicionados, cenários diferentes do primeiro game e ainda com a mesma imersão de uma guerra sufocante e visceral.
História:
No início da jornada de BJ estamos encarregados de invadir o castelo Wolfenstein sob disfarces, para conseguir documentos cruciais na guerra para a derrocada do regime nazista, mas como já é esperado a missão não sai como o esperado e nos vemos presos em uma prisão infernal. O castelo é recheado de camadas e calabouços.
Aqui são apresentados vilões que antecedem a trama do game e alguns desejos obscuros da alta cúpula do comando nazista por experimentos e até mesmo entidades “misticas” por assim dizer. Cada camada de história é profunda e te faz desejar com mais intensidade ver o fim dos seus inimigos. Mais uma vez nos deparamos com uma trama simples, mas não simplória, poucas reviravoltas mas nada que deixe a desejar no quesito história.
Aqui nos deparamos com uma ânsia pela supremacia nazista que abre uma janela para algo ainda mais ficcional que as máquinas e tecnologias super avançadas do primeiro jogo, a busca por coisas misticas que em determinado momento nos coloca face a face contra zumbis. Pode esse parecer um detalhe bobo, ou clichê, mas para fins de jogabilidade e diversão é o ponto alto da trama e por sua vez faz com que o jogo se torne muito divertido e interessante pois mexe com outros sentimentos do jogador.

Jogabilidade:
A jogabilidade desse jogo por sua vez apesar de ser a mesma do game anterior temos que encarar mais momentos de “stealth”. O que acaba dificultando um bom bocado o jogo, no entanto isso não faz com que o jogo seja menos proveitoso, mas vale ressaltar que em termos de combate, esse é o mais intenso e difícil da franquia. Nos níveis mais altos de dificuldade as missões por mais simples que sejam se tornam desafios aterradores, se essa é a sua praia pode ir sem medo que o jogo vai te entregar uma jogabilidade incrível como o antecessor mas com um grau de desafio elevado.
Novos inimigos, ou inimigos predecessores do primeiro game fazem com que a jogabilidade exija do jogador perícia e destreza em diversos momentos. Por sua vez as lutas contra chefes nesse jogo sejam um pouco mais escassas por se tratar de uma prequéla, isso é compensada pela dificuldade elevada dos mesmos.

Gráficos:
O jogo por ser lançado há pouco menos de um ano após o primeiro jogo não teve grandes avanços na questão gráfica. Nada fica devendo em qualidade, ainda mais se tratando dos cenários de devastação fora do castelo, ou dos calabouços horrendos do castelo.
Aqui a temática diesel punk é menos evidente, mas de forma positiva pois passa bem a ideia de que o regime ainda não havia se tornado algo tão grandioso como nos outros jogos da cronologia.
Notas:
História: 8
Jogabilidade: 10
Gráficos: 9
Wolfenstein 2 The New Colossus

História:
A sequência do primeiro jogo do reboot The New Order começa de forma direta e reta sem nenhum rodeio exatamente de onde a história anterior termina. O protagonista BJ não tem nenhum momento de descanso aqui.
A história dessa etapa da jornada é tão incrível, alucinante e frenética que em raros momentos nos vemos em certa tranquilidade. Agora enfrentando uma espécie de caça às bruxas, a general Engel presente no primeiro jogo se empenha momento após momento para assassinar não apenas BJ como um troféu de conquista da força de guerra nazista, mas também toda a resistência formada no primeiro jogo e que segue sua história no game.
O momento culminante do mundo se dá aqui. Os Estados Unidos da América rendidos ao regime nazista com uma triunfante vitória do regime sobre os americanos, com direito à um ataque de bomba atômica no território americano, que nos faz pensar como seria a realidade hoje, caso o regime na vida real tivesse vencido o conflito da segunda guerra.
Esse é um ponto da história que envolve o jogador e faz pensar momento após momento sobre as possibilidades de uma realidade aterrorizante e medonha.
BJ e seus parceiros de combate travam lutas intensas por vários locais do território americano, e que até certo ponto do game parece que a luta é quase que em vão. Não se engane, a trama não é fraca e nem um pouco desanimadora, embora alguns pontos negativos devem ser pontuados aqui.
Em diversos momentos o protagonista se detem em monólogos bastante ruins ou até mesmo enfadonhos diante de alguns acontecimentos da trama, não é algo que faça a experiência ser ruim, mas que poderia tranquilamente ser deixada de lado. Outro ponto negativo a ser pontuado é que a dublagem para o português ficou bem ruim, deixando bastante a desejar. Sincronização labial e até momentos de fala que passam um pouco do personagem são notados. Nessa parte da história nos deparamos com ainda mais avanços tecnológicos que incrementam mais ficção à trama como um todo e passam ainda mais a sensação de que estamos enfrentando uma força militar gigante e tremendamente sanguinaria disposta a tudo para a dominação mundial sem nenhum pudor.

Jogabilidade:
Não há muito o que pontuar nessa parte. Como já se espera o jogo mantém a consistência de gameplay e imersão, porém, vale ressaltar que agora contamos com mais melhorias para as nossas armas, o que muda um pouco a jogabilidade, dando ainda mais dinamismo e até mais possibilidades de atirar por mais tempo, o que é simplesmente incrível, já que o nosso ofício é apagar soldados nazistas da face da terra.
Os momentos de “stealth” estão presentes em quase todas as missões do jogo, se você caro leitor gosta deste aspecto a sua experiêncai vai ser um prato bastante recheado, já que com a introdução de novos inimigos ao jogo a coisa fica bastante interessante, seja para não ser descoberto ou para ser, o jogo te dá bastante liberdade para encarar as forças inimigas como desejar.
Gráficos:
Por se tratar de uma sequência direta com 2 anos de desenvolvimento após o primeiro jogo do reboot, aqui vemos mais capricho empregado nas ambientações, soldados, máquinas e nos efeitos do game, especialmente no que tange às particulas.
O jogo apesar de não contar com efeitos de ray tracing por questão de ter sido lançado antes da chegada da tecnologia, traz ainda de forma muito competente os efeitos de sombra e luz dinâmicas. Quando estamos em combate fica mais fácil de percebermos inimigos que nos jogos anteriores eram um pouco menos nítidos seja pela distância ou pela definição e iluminação do cenário.
De certo este é sem dúvidas o jogo mais bonito, sim no sentido literal da palavra dados alguns cenários, bem como em definição e capricho dos efeitos dentro da série, o que o torna um FPS frenético, porém muito agradável aos olhos.

Notas:
História: 10
Jogabilidade: 10
Gráficos: 10
Wolfenstein Youngblood

História:
Sabe o ditado que diz que toda família tem uma ovelha negra? Pois bem, eis aqui a ovelha negra da família Blaskowicz…
Não leve a mal o trocadilho, mas a trama do jogo é pífia, rasa e sem nenhum grande acontecimento que nos instigue a querer destruir, moer e acabar com o regime nazista por qualquer outro motivo a mais que se possa ter.
Aqui figuram as filhas de BJ, Sophia e Jessica Blaskowiz, duas adolescentes treinadas pelos pais, mas sem nenhuma experiência de combate. A falta de experiência é talvez a melhor explicação da histório no porquê as irmãs são como são no ínicio da jornada. No ínicio dos anos 80 já com os Estados Unidos libertos do regime nazista, entramos na pele das irmãs que embarcam numa busca por seu pai na Europa, mais precisamente em Paris. O ponto chave aqui é que BJ desaparece sem nenhuma razão aparente, talvez para que se criasse um sentimento de curiosidade no jogador, mas nisso o jogo falha miseravelmente.
A trama por sua vez num contexto geral se limita a um filme de sessão da tarde como um bom hit adolescente, seja em construção de narrativa ou até mesmo por comportamento das irmãs, mas elas se comportarem como adolescentes é ok pelo fato de o serem, porém num contexto de guerra e iminente declínio do regime após o assassinato de Adolf Hitler (assassinato esse que não é explicado em momento nenhum do jogo como se deu) não parece se encaixar de qualquer maneira.
A história constrói a imagem das filhas de Billy o terrível de uma maneira muito abrupta, saindo das irmãs medrosas para assassinas da mais alta competência e habiliade em literalmente um único puxão de gatilho.
Os problemas de roteiro e história são tantos que essa por sua vez poderia ser tranquilamente deixada de lado sem qualquer perda para a trama como um todo.
Os vilões são personagens fracos no sentido de construção, e o motivo pelo qual BJ desaparece é ainda mais fraco para não dizer decepcionante.
Jogabilidade:
O jogo por sua vez segue a mesma mecânica de jogabilidade dos jogos anteriores no que diz respeito ao uso das armas, mas não totalmente.
Agora o jogo passa a ter elementos de RPG e por vezes passa até o sentimento de que talvez tenha sido planejado não para ser um shooter simples como os anteriores, mas sim um jogo de serviço. Encontra-se no jogo uma árvore de habilidades q possibilitam às irmãs as coisas mais simples dos jogos anteriores, como a possibilidade de empunhar armas pesadas ou duas armas que os inimigos portam.
É presente no jogo a função de busca por loot constantemente, não só por munição ou vida, mas também por moedas de prata, moeda essa utilizada para se obter habilidades junto com pontos de habilidade adquiridos a cada nível que subimos como num RPG tradicional.
Algo bastante negativo é o fato de não conseguirmos derrotar um inimigo com um tiro de pistola na cabeça no modo furtivo, pois estes agora tem uma barra de vida e níveis, ou seja, a imersão de um shooter foi pelo ralo e se torna uma tarefa a mais derrotar um inimigos mesmo se tratando de um disparo de arma de fogo, isso poderia ter sido suavizado caso o jogo contasse com efeitos de dano crítico por exemplo, mas não tem.
Outro fator divergente dos demais jogos é a latente sensação que o jogo dá que está no final e ser pensado para ser jogado em cooperativo. Outro aspecto bastante negativo do jogo se refere às lutas contra os chefes, em especial o último, com uma curva de dificuldade brutalmente acentuada e com mecânicas de combate nada claras tornam a última luta uma sensação de estar jogando um souls mal planejado e executado.

Gráficos:
Lançado em 2019 o jogo passa em diversos momentos a sensação de que o gráfico teve avanços e retrocessos em várias partes do jogo. É até estranho ver que em alguns momentos os efeitos de iluminação são belíssimos, enquanto em outros é bastante abjeto.
Na minha experiência também tive muitos bugs gráficos, como linhas coloridas piscando nos céus da cidade de Paris, e que simplesmente persistiam a menos que se encerrasse o jogo e abrisse novamente.

Este sem sombra de dúvidas foi a maior decepção com a saga total, infelizmente.
Notas:
História: 5
Jogabilidade: 7
Gráficos: 8
Resumão
A saga como um todo até o título The New Colossus é um deleite para os fãs dos jogos de tiro, bem como para os amantes de ficção e história da segunda guerra. Os momentos de combate intenso, juntos com a trama de um mundo devastado por um regime nefasto faz com que tenhamos um sentimento latente de que temos que fazer algo, temos que cunhar o martelo da justiça custe o que custar e acabar com as atrocidades que foram feitas, mesmo que tenhamos que ser vistos como um “demônio” pela narrativa dos vilões da trama.
Uma experiência única e cativante do começo ao fim, com poucos pontos fracos com excessão do último título.