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Paranormal Cleanup – Limpar locais assombrados? Sim!

Chave recebida via Keymailer.

Data de lançamento: 30 de maio de 2025 (1.0 saiu do Early Access em fevereiro de 2023);
Plataformas: PC, via Steam;
Desenvolvedor/Publisher: Manic Mice;
Gênero: Horror de sobrevivência cooperativo, ação/aventura indie com pitadas de simulação (limpeza paranormal).

Na onda de jogos de limpeza, surge algo totalmente paranormal, e isso é ótimo!

PREMISSA/NARRATIVA

Imagine você e até três amigos entrando em locais sinistros para… limpar. Sim, lavar vasos entupidos, esfregar ectoplasma, apagar símbolos demoníacos, tudo isso enquanto assombrações raivosas querem te caçar. Cada mapa traz um “chefão” paranormal diferente com suas maluquices e jumpscares personalizados.

A ideia de misturar faxina com horror é tão absurda quanto genial, e rende boas risadas quando alguém grita ao perder a mangueira no meio de um corredor escuro. A atmosfera de “agora limpa, agora corre” cria uma tensão estranhamente divertida, e como toda bagunça é randomizada, nunca é a mesma sujeira… quer dizer, partida.

GAMEPLAY/JOGABILIDADE

Se você acha que horror e vassoura não combinam, Paranormal Cleanup vai mudar sua mente com um balde e um pano de chão na mão. O jogo gira em torno de limpar ambientes possuídos, e isso envolve muito mais que esfregar chão. Temos uma boa quantidade de cenários, cada um com tarefas aleatórias, desafios únicos e entidades paranormais específicas que exigem estratégias diferentes. Nada de apenas “clicar e limpar”: você vai ter que gerenciar itens, cumprir objetivos diários e semanais, desbloquear banimentos de espíritos e ainda correr para não virar comida de demônio.

A dinâmica cooperativa é o coração do jogo. Até quatro jogadores entram na mesma enrascada, se comunicando por voz de proximidade, o que rende momentos hilários e aterrorizantes. Imagina ouvir alguém gritar “ELE TÁ AQUI!!!” enquanto você está trancado no banheiro tentando limpar o espelho. A entidade escuta tudo, inclusive sua voz pelo microfone, então o silêncio é mais que ouro: é sobrevivência. A tensão cresce conforme a limpeza avança, e a criatura se torna mais agressiva, quanto mais você arruma, mais ela surta. Ironia da faxina.

Além disso, há uma progressão bem bolada com sistema de perks e equipamentos que podem ser melhorados. Você pode focar em perks de corrida, de limpeza rápida, resistência ou até foco em detectar a entidade mais cedo. É tipo um RPG de zelador espiritual. O jogo também conta com sistema de prestígio e ranking global, que estimula repetir mapas com builds diferentes. Isso adiciona camadas de profundidade e motiva rejogar mesmo com os mapas já conhecidos. As conquistas (são mais de 150!) também ajudam a dar aquele empurrãozinho para voltar.

Mas nem tudo é um CIF limpa gorduras e paz. Embora a estrutura de gameplay seja sólida, ainda há espaço para melhorias: a variedade de tarefas por mapa poderia ser maior, e alguns bugs (como objetos que caem fora do mapa ou travam em portas) ainda aparecem aqui e ali. Também pode ser difícil encontrar salas públicas, já que a base de jogadores ainda está crescendo. Mas se você reunir a turma no Discord, a diversão (e o pavor) é praticamente garantida.

DIREÇÃO DE ARTE/ASPECTOS TÉCNICOS

Paranormal Cleanup talvez não seja o jogo mais bonito da Steam, mas ele entende perfeitamente o tipo de atmosfera que quer entregar, e acerta bem no balde. A direção de arte aposta numa estética sombria e claustrofóbica, cheia de detalhes imundos, luzes piscando e aquele clima de lugar onde claramente ninguém deveria estar. Cada mapa tem sua própria personalidade visual, com ambientes que vão de casas abandonadas a estabelecimentos decadentes, tudo muito bem temperado com sangue seco nas paredes, sujeira inexplicável e símbolos demoníacos que parecem desenhados por algum estudante de artes ocultas no segundo semestre.

Não espere texturas 4K dignas de Unreal Engine 5, mas espere uma ambientação extremamente funcional. O foco aqui não é o realismo visual puro, e sim o impacto sensorial. E nesse quesito, o jogo brilha… ou melhor, pisca. Os efeitos de iluminação são simples, mas usados com inteligência para criar sustos e tensão. Luzes que falham quando a entidade se aproxima, sombras que dançam nas paredes, e o escuro que parece vivo. O visual conversa com o áudio de forma harmoniosa, e isso eleva bastante a imersão.

Falando em áudio: é aqui que Paranormal Cleanup realmente mostra os dentes (ou as correntes). O design sonoro é um show à parte. O jogo usa áudio espacial de proximidade para que você escute seu amigo desesperado a dois cômodos de distância, enquanto a entidade sussurra no seu ouvido esquerdo. Rangidos, choros, batidas repentinas e até passos na madeira compõem uma sinfonia do desespero que faz você pensar duas vezes antes de entrar naquele corredor escuro. E como se não bastasse, a criatura reage à sua voz real — ou seja, gritou no microfone? Parabéns, agora ela sabe onde você está. Silêncio nunca foi tão mortal.

No campo técnico, o jogo roda liso na maior parte do tempo, mesmo em setups mais modestos. Porém, ainda carrega uns fantasmas no código: bugs ocasionais como colisões estranhas, objetos que atravessam o chão ou iluminação que explode do nada podem acontecer. Mas nada que quebre a experiência por completo. Os devs estão ativos e liberam atualizações frequentes, mostrando que há cuidado contínuo com o projeto. Não é um jogo que nasceu pra ser um primor gráfico, mas sim pra fazer você borrar a calça enquanto limpa um espelho amaldiçoado. E nisso, ele entrega com competência.

CONCLUSÃO

Paranormal Cleanup é o equivalente gamer de um filme trash limpando banheiros assombrados: divertido, expressivo e meio bizarro, mas com alma indie. O caos cooperativo rende boas risadas, jumpscares e aquele frio na barriga quando a limpeza vira correria. Os pontos fracos são a repetição de cenários e falta uma melhor variedade de missões (tarefas), existem bugs pontuais e comunidade ainda pequena, mas o jogo traz atualizações constantes e com o tempo, o game tende a crescer e sair um pouco do nicho onde está. É uma experiência diferente, tensa e engraçada para jogar com amigos no fim de semana. Com mais conteúdo, pode brilhar ainda mais.

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Press Manager, criador de conteúdo e editor do Patobah | Pai, marido, pessoa com TEA | Gamer, fã de cultura pop e animes dos anos 90 - [email protected]

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