Chave recebida via Nuntius Games

CODE Bunny é um brasileiro de plataforma 2D de ação rápida, desenvolvido pela Team Seventh Star e publicado pela Nuntius Games e Vsoo Games, lançado em 19 de dezembro de 2024 para PC via Steam.
“Estiloso, desafiador e cheio de personalidade”
PREMISSA/NARRATIVA
A história gira em torno de Axel e Hazel, dois membros do Programa Espacial VY, uma organização secreta responsável por manter a ordem em um mundo à beira do colapso digital. Eles são enviados para lidar com Mad Bunny, um antagonista enigmático e perigoso que ameaça reprogramar a realidade usando fragmentos de código corrompido — um tipo de vírus que altera as leis da física e transforma o mundo em uma distorcida simulação.
O enredo se desenvolve através de diálogos rápidos, cenas em pixel art cinematográficas e eventos dinâmicos que revelam os planos por trás da insurgência de Mad Bunny. Embora o jogo seja focado na ação, a narrativa surpreende por inserir temas como controle da informação, identidade virtual e manipulação de dados — tudo isso com um toque ácido e visual carregado de personalidade.
GAMEPLAY/JOGABILIDADE
CODE Bunny é um jogo de ação com elementos de plataforma e combate, centrado em personagens únicos com habilidades específicas. O jogador escolhe um dos heróis disponíveis antes de iniciar a missão e, ao longo da jogatina, não é possível trocar de personagem em tempo real — uma decisão que impacta diretamente a estratégia adotada em cada estágio.
Cada personagem possui atributos distintos que afetam sua mobilidade, capacidade de ataque e defesa. Isso incentiva o jogador a experimentar diferentes estilos de gameplay em novas sessões, testando como cada protagonista se comporta diante dos desafios. Contudo, por não permitir a alternância dinâmica entre heróis, aproveite as fases iniciais para pegar o “jeito” do seu personagem.
O combate é fluido e responsivo, com uma boa variedade de inimigos e obstáculos, além de chefes que exigem domínio dos controles e uso inteligente das habilidades.
CODE Bunny oferece uma curva de dificuldade muito justa, checkpoints bem posicionados e controles simples, tornando-o acessível mesmo para quem não é veterano no gênero. A ausência de trocas em tempo real não compromete a diversão, mas confesso que seria uma boa opção para o futuro do jogo.
DIREÇÃO DE ARTE/ASPECTOS TÉCNICOS
Sua estética pixelada vibrante e carismática é o que chama atenção logo de cara. A direção de arte do jogo é claramente inspirada nos clássicos de ação dos anos 90, mas não se contenta em ser apenas uma homenagem visual. Cada fase, personagem e efeito transmite identidade própria, com detalhes bem trabalhados e uma paleta de cores que salta aos olhos, especialmente durante os momentos de combate mais intensos.
Os cenários são variados e estilizados, indo desde áreas industriais futuristas até zonas corrompidas por “código quebrado”, onde o próprio ambiente parece lutar contra o jogador. Esses espaços, recheados de glitchs visuais intencionais e distorções, não são apenas enfeite — eles reforçam a ideia central do jogo: um mundo digital em colapso. Há uma coesão visual entre ambientação e narrativa, algo raro em jogos independentes.
Os sprites dos personagens são bem animados, com efeitos de movimento suaves, expressivos e compatíveis com a proposta arcade. Os ataques, especialmente os especiais, brilham com efeitos visuais chamativos, mas sem comprometer a clareza da ação — um ponto essencial para não confundir o jogador em meio ao caos da tela.
Do ponto de vista técnico, o jogo apresenta bom desempenho geral. CODE Bunny roda de forma estável mesmo em máquinas modestas, com carregamentos rápidos e resposta imediata aos comandos. Os menus são simples, diretos e funcionais, acompanhando a proposta retrô, mas sem abrir mão da praticidade moderna.
A trilha sonora, criada com o FamiTracker, é outro acerto notável. Os temas são marcantes, cheios de energia e combinam perfeitamente com o ritmo acelerado do gameplay. Os efeitos sonoros — desde o disparo das armas até os sons de impacto e coleta de itens — reforçam o clima arcade e elevam a imersão, mesmo sem o uso de narração ou voice acting.





CONCLUSÃO
CODE Bunny é mais do que apenas um tributo aos clássicos de ação 2D — é uma experiência completa, com identidade própria, design inteligente e uma execução técnica respeitável. A narrativa simples, mas intrigante, coloca o jogador em um universo digital corrompido onde cada fase é um novo teste de reflexos e estratégia.
A jogabilidade rápida, combinada com a estética pixelada caprichada e a trilha sonora pulsante, entrega momentos empolgantes, memoráveis, combates frenéticos e uma curva de aprendizado bem ajustada. Seu maior mérito está na maneira como equilibra nostalgia e inovação. Para quem busca um desafio honesto, com visuais retrô bem aplicados e uma atmosfera envolvente, CODE Bunny é uma excelente adição ao catálogo de jogos independentes.
