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Builders of Greece é um jogo de estratégia e construção de cidades ambientado na Grécia Antiga. Ele é desenvolvido pela BLUM Entertainment e publicado pela CreativeForge Games, sendo parte de uma linha de jogos que buscam reviver a era de ouro dos city-builders clássicos, como Zeus: Master of Olympus e Pharaoh.
“Simples, prático e entrega tudo que promete”
PREMISSA/NARRATIVA
Imagine-se no coração da Grécia Antiga, cercado por colinas ensolaradas, oliveiras e o som distante de martelos ecoando em novas construções. Essa é a proposta de Builders of Greece, um city builder que aposta na ambientação histórica e no charme da era clássica para conquistar fãs do gênero. O jogo coloca o jogador no papel de um arconte, uma espécie de governador responsável por transformar uma vila modesta em uma poderosa pólis, cheia de cultura, comércio e influência.
A premissa é simples, mas envolvente: construir, administrar e prosperar. Você começa com alguns recursos básicos e precisa erguer as primeiras casas, cuidar da produção de alimentos, organizar sua economia e, claro, manter o povo satisfeito. Não basta encher o mapa de edifícios. Aqui, cada decisão tem peso. Uma estrada mal planejada pode virar um gargalo logístico. Um templo esquecido pode gerar descontentamento entre os cidadãos mais devotos. E se você negligenciar a produção de vinho, prepare-se para ouvir reclamações.
O que chama a atenção logo de cara é o clima do jogo. A direção de arte faz um belo trabalho ao recriar a estética grega com cores suaves, estruturas detalhadas e uma ambientação que te prende. A cidade ganha vida à medida que cresce, com cidadãos andando pelas ruas, mercados cheios e barcos chegando ao porto. A sensação de estar no controle de uma sociedade antiga é bem real, e isso faz com que cada avanço pareça recompensador.
Builders of Greece não se limita à construção. O jogo também exige que você lide com decisões políticas, eventos históricos e até desastres naturais. Um incêndio pode destruir boa parte da sua cidade se você não tiver infraestrutura adequada. Uma má escolha diplomática pode arruinar relações comerciais. Tudo isso adiciona um nível interessante de desafio, especialmente para quem curte planejamento estratégico além da estética.
Claro, como está em acesso antecipado, o jogo ainda tem áreas que precisam de atenção. A interface poderia ser mais intuitiva e algumas mecânicas ainda estão em desenvolvimento ou não são tão profundas quanto poderiam. Mas o potencial está ali, forte. Os desenvolvedores vêm ouvindo a comunidade e prometem atualizações constantes, o que é um bom sinal para o futuro do projeto.
No fim das contas, Builders of Greece é aquele tipo de jogo que agrada quem gosta de construir com calma, ver sua cidade florescer e se perder por horas em microgestões. Não é sobre batalhas épicas ou ação acelerada. É sobre criar algo duradouro, lidar com as consequências das suas decisões e deixar sua marca na história. Se você curte títulos como Zeus ou Pharaoh, vai se sentir em casa. E mesmo que não seja veterano do gênero, há algo cativante aqui que vale a pena experimentar.
GAMEPLAY/JOGABILIDADE
A jogabilidade de Builders of Greece é aquele tipo de experiência que começa de forma tranquila, quase meditativa, mas logo te envolve com uma boa dose de complexidade e decisões importantes. A estrutura básica segue o que se espera de um city builder clássico: você começa com um pedaço de terra e alguns recursos, ergue casas, plantações, oficinas e vai, pouco a pouco, vendo sua cidade tomar forma. Mas o jogo vai além do básico e começa a apertar o cerco conforme sua pólis cresce.
No início, é fácil se empolgar colocando construções por todo canto, mas rapidamente o jogo te obriga a pensar como um verdadeiro administrador. A economia é sensível, e manter a balança entre produção e consumo é essencial. Se faltar pão, o povo reclama. Se faltar vinho, então, já era o humor da população. E quando eles estão descontentes, tudo começa a desandar. Por isso, é preciso acompanhar bem de perto o fluxo de bens, a felicidade da população e a eficiência dos trabalhadores.
Um detalhe que eu achei interessante é como o jogo trabalha o ritmo da evolução. Ele não força o jogador a correr. Dá pra ir com calma, observando o que funciona, ajustando ruas, deslocando produções ou organizando novos distritos. Mas, se você se acomodar, os eventos do jogo começam a cobrar atenção. Podem surgir incêndios, desastres, decisões políticas importantes ou até conflitos comerciais. Isso quebra um pouco a monotonia típica de alguns jogos do gênero e traz um senso constante de responsabilidade.
Outro ponto bacana da jogabilidade é a variedade de sistemas que se entrelaçam. A religião, por exemplo, tem papel importante. Ignorar os deuses pode gerar problemas, então você vai querer investir em templos, festivais e símbolos de fé. Já a cultura se reflete em estruturas como teatros e academias, que ajudam no prestígio da cidade e desbloqueiam novas possibilidades. E o comércio? Esse é vital. Você não vai conseguir produzir tudo sozinho, então vai precisar de aliados, trocas e rotas comerciais bem estabelecidas.
Apesar de tudo isso, o jogo ainda está em acesso antecipado, o que significa que algumas mecânicas não estão tão refinadas quanto poderiam. A IA dos cidadãos, por exemplo, às vezes parece perdida. A navegação entre menus também pode ser um pouco confusa até pegar o jeito. Mas, mesmo com esses tropeços, o núcleo da jogabilidade é envolvente. Tem profundidade, tem personalidade e tem aquela sensação gostosa de ver sua cidade prosperar aos poucos.
DIREÇÃO DE ARTE/ASPECTOS TÉCNICOS
A direção de arte de Builders of Greece é, sem exagero, um dos pontos que mais chamam atenção logo de cara. O jogo tem aquele charme visual que não precisa gritar para impressionar. Em vez de apostar em cores berrantes ou efeitos exagerados, ele vai pelo caminho da elegância. Tudo é construído com uma paleta suave, cheia de tons terrosos e detalhes arquitetônicos que remetem à Grécia Antiga sem parecer forçado. É o tipo de visual que te faz querer dar zoom só pra observar como cada casa, mercado ou templo foi cuidadosamente modelado.
O design dos edifícios é bem fiel ao que se espera da época. As colunas dóricas, os telhados de cerâmica, os pátios internos, tudo contribui pra criar uma ambientação convincente. E isso vale não só para as construções grandes, mas também para os pequenos detalhes. É comum ver cidadãos caminhando pelas ruas, realizando tarefas, interagindo com o ambiente de forma natural. Dá uma sensação de vida pulsante na cidade, o que é essencial num jogo onde o foco é justamente construir e administrar uma sociedade.
Tecnicamente falando, o jogo parece que ainda está em fase de acesso antecipado, então não dá pra dizer que está 100% lapidado. Mas, considerando isso, o desempenho é bastante sólido. Em máquinas medianas, o jogo roda bem, sem engasgos ou quedas de frame significativas. A otimização ainda tem margem pra melhorar, principalmente quando a cidade começa a ficar muito grande, mas nada que atrapalhe de verdade a experiência.
Os efeitos sonoros cumprem bem o papel, com martelos batendo, passos na terra, e o vai-e-vem da vida urbana se misturando à trilha sonora suave, que entra nos momentos certos sem se tornar repetitiva. Não é uma trilha que vai ficar grudada na sua cabeça, mas ela encaixa perfeitamente com a proposta mais contemplativa do jogo.
Outro ponto que merece menção é a interface. Ela ainda precisa de ajustes. Apesar de funcional, há momentos em que a navegação entre menus pode parecer desajeitada ou pouco intuitiva. Nada que um pouco de costume não resolva, mas dá pra sentir que esse é um aspecto que ainda está em evolução. Os ícones e as janelas de informação são bonitos, mas nem sempre tão claros quanto poderiam ser.
No geral, Builders of Greece manda muito bem na parte artística. Ele não tenta reinventar a roda, mas entrega um visual agradável, imersivo e coerente com o tema. E mesmo com algumas arestas técnicas a serem polidas, o jogo já demonstra um cuidado louvável com a apresentação.






CONCLUSÃO
Depois de passar um bom tempo explorando tudo o que Builders of Greece tem a oferecer até agora, a impressão que fica é bem positiva. É aquele tipo de jogo que não tenta reinventar o gênero, mas sim refinar a fórmula clássica dos city builders com um toque de elegância e respeito ao tema histórico. Ele acerta na ambientação, na construção de uma atmosfera imersiva e em oferecer uma jogabilidade que exige planejamento, paciência e atenção aos detalhes.
Ainda há trabalho a ser feito. A interface precisa de ajustes, algumas mecânicas carecem de refinamento e a otimização pode melhorar, especialmente em cidades mais complexas. Mas mesmo com esses tropeços naturais de um jogo que arracem saiu do acesso antecipado, o jogo já mostra uma base sólida. A direção de arte é linda, a experiência de ver sua cidade crescer é recompensadora e há um cuidado evidente na forma como tudo se conecta.
Builders of Greece não é um título apressado. Ele é pensado para quem curte saborear o processo de construir, ajustar, melhorar e ver tudo funcionar em harmonia. Se você é fã de jogos como Zeus, Pharaoh ou Banished, há grandes chances de se sentir em casa aqui.
Levando tudo isso em conta, e considerando que ainda estamos diante de um jogo que recém chegou no mercado, mas com grande potencial, minha nota por enquanto é 7. Um city builder promissor, bonito e envolvente, que só precisa de mais tempo e ajustes para atingir o seu verdadeiro auge. E olha… quando isso acontecer, tem tudo pra se tornar um dos grandes nomes modernos do gênero.
