Deadly Contagion é um jogo de ação/aventura e em muitos pontos, de survival horror. Ele é desenvolvido e distribuído pela BoxGames Productions, empresa indie brasileira. O jogo foi lançado em 22 de janeiro de 2024, exclusivamente no Steam.

HISTÓRIA

Três guardas-florestais, que no Brasil, são policiais militares ambientais, parte do Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) — a força responsável pela proteção da natureza no Brasil —, juntamente com uma enigmática agente da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), são enviados à mansão Santa Tereza, localizada na pequena cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro. No início, nenhum detalhe sobre a missão é revelado.

Após um acidente inesperado, o grupo é forçado a se separar. Marcos Nunes, o protagonista, segue em direção à mansão em busca de equipamentos e medicamentos. No entanto, o ex-militar encontra um local abandonado, repleto de mistérios, cadáveres e criaturas estranhas. Agora, ele precisa conduzir uma investigação para descobrir o que aconteceu, enquanto lida com a pressão de ajudar seus companheiros e lutar por sua sobrevivência.

GAMEPLAY

Começo destacando que o jogo acerta ao permitir a escolha entre as perspectivas em primeira e terceira pessoa. Essa opção é essencial e, de certa forma, deveria ser tratado como básico para qualquer jogo onde isso é viável, aqui, isso é ponto positivo e me agrada bastante. A jogabilidade é fluida, com o personagem se movendo bem, e os movimentos dos inimigos são razoáveis. O cenário é caótico, como é esperado do gênero, mas, apesar da abundância de informações, os itens essenciais são facilmente localizáveis. A hitbox das texturas in-game está bem calibrada, e raramente fiquei preso em pontos do cenário onde, teoricamente, não deveria acontecer.

A quantidade de armas e acessórios que podemos carregar é adequada para um jogo que busca ser um survivor horror em sua essência. O mesmo vale para a variedade de armas e a quantidade de munição disponível, embora essa percepção possa variar conforme a dificuldade escolhida.

O jogo é fortemente inspirado por Resident Evil, desde vários efeitos sonoros, o sistema de salvamento (que requer alcançar uma sala segura), até os cenários e inimigos, com referências que são, em alguns casos, bem diretas. No geral, os problemas encontrados estão mais relacionados ao visual e ao som das cutscenes, que comentarei mais adiante.

DIREÇÃO DE ARTE

É aqui que os aspectos negativos do jogo começam a se destacar. Embora a jogabilidade esteja dentro dos conformes, as cutscenes apresentam problemas notáveis de textura e áudio. Frequentemente, os braços dos personagens parecem desproporcionais, as mãos atravessam objetos ou não acompanham os movimentos de forma correta. A cada mudança de cena, os personagens dão a impressão de serem “recarregados”, o que quebra a fluidez, como se cada nova cena começasse com um “play” em um vídeo.

No quesito sonoro, há um ponto positivo: a dublagem. A ideia é excelente, e os diálogos estão bem escritos. No entanto, dois personagens, em particular, sofrem com vozes que parecem gravadas diretamente em um estúdio, sem a devida ambientação — um problema notável com Carla e o sargento, enquanto os demais estão com melhor tratamento. Além disso, em certos momentos do jogo, quando o rádio é utilizado, o som não é reproduzido, ficando apenas as legendas. Embora esses problemas não afetem diretamente a jogabilidade, eles prejudicam a experiência geral, conferindo ao jogo um ar amador. E sabemos que o visual e o áudio são elementos cruciais para atrair e manter os jogadores.

CONCLUSÃO

Deadly Contagion é uma experiência intrigante que combina ação, aventura e elementos clássicos de survival horror. O jogo traz um enredo envolvente ambientado na misteriosa mansão Santa Tereza, e oferece aos jogadores a escolha entre as perspectivas em primeira e terceira pessoa, o que enriquece a experiência. A jogabilidade fluida e o design de cenários caóticos, mas bem estruturados, refletem o compromisso em capturar a essência do gênero. No entanto, apesar dessas qualidades, o jogo enfrenta desafios em sua direção de arte, com problemas nas cutscenes que afetam a imersão, e falhas no áudio que comprometem a ambientação.
Em última análise, Deadly Contagion é uma demonstração de potencial, especialmente para um título indie, mas que carece de polimento em algumas áreas-chave. Para fãs de survival horror e jogos inspirados em clássicos como Resident Evil, ele oferece uma jornada interessante, embora imperfeita. Se a BoxGames Productions conseguir corrigir esses pontos, o jogo poderá se tornar uma adição memorável ao gênero. Recomendo.
Quack’s Game Score

By Ramos Bueno

Nerd mais forte dos 04 cantos do universo, mestre das análises e atordoador de bruxas no Left 4 Dead!

One thought on “Análise de Deadly Contagion: O Resident Evil da terra tupiniquim”
  1. Opa obrigado pela Review Ramos Bueno, aqui é Jardel desenvolvedor do game, só passando para reforçar que BoxGames é uma empresa pequenininha começou no meu quarto 😀 o jogo foi feito por 2 Devs e 5 dubladores somente, levamos 3 anos para concluir e não tivemos nenhum financiamento coletivo, como o jogo não tinha orçamento fazíamos nas horas vagas, agora depois que lançamos o game todo o recurso que chega, estamos criando atualizações e correções de bug, melhorias gráficas sonoras etc…
    Graças a Deus o jogo esta tendo um reconhecimento notório fora do Brasil infelizmente, e em breve teremos o game publicado em outras plataformas para um maior público…
    Mas agradecemos de coração pelo review e os feedback… Como nerd de carteirinha e amantes de jogos queremos expandir mais é um pouquinho dificil mais ajuda como que vocês fazes ajuda bastante… um forte abraço e que a força esteja com vocês <3

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