Autor: Fauno do História & Games


Age of Mythology Retold é um remaster que impressiona. Não sendo apenas um remaster, mas contando com melhorias na qualidade de vida do jogador, que lembram um remake, AoM ressuscita o jogo original de 2002 em grande estilo e vale totalmente ser revisitado.


Age of Mythology foi testado no Xbox Series S para a redação deste review.

A primeira coisa que vale ser mencionada neste review é o Código de Conduta Multiplayer, exibido ao ligar o jogo. Os desenvolvedores quiseram passar a mensagem de respeito e criação da comunidade Age of Mythology e Age of Empires, o que é muito legal e merece destaque.

História:


A história de Age of Mythology é simples e sem enrolação. Vai direto ao ponto e mantém o jogador engajado para cumprir o próximo objetivo. Apesar de repetitivos, como manter uma posição, recuperar um objeto ou construir algo, os objetivos sempre são contextualizados de maneira satisfatória.
Não há grandes atuações de diálogo, mas a história é super interessante para os aficionados em temáticas mitológicas, criando boas situações para uma jogabilidade engajante e excitante durante a campanha. Os objetivos são sempre contextualizados, afastando totalmente a mesmice de jogar várias partidas seguidas.

Acessibilidade:


Age of Mythology possui excelentes opções de acessibilidade, como identificação específica de inimigos por cor, tamanho de fonte nos menus, sobreposições visuais e narração de menu. Pode não parecer muito, mas essas opções fazem total diferença para quem considera jogos de estratégia confusos e com cores difusas e misturadas.

Ambientação e contexto histórico:


Age of Mythology é separado em 3 campanhas, envolvendo as culturas grega, egípcia, nórdica e Titãs (originalmente uma DLC do jogo de 2002). Os desenvolvedores também anunciaram que irão lançar, posteriormente, a campanha chinesa.


A campanha grega de Arkantos se passa no Mediterrâneo, passando por Tróia, Grécia e o submundo de Hades.
A campanha egípcia se desenvolve ao longo da foz e delta do Rio Nilo, na península do Sinai, nas pirâmides de Gizé e na Ilha de Circe, com a libertação de Odisseu da forma de porco.


A campanha nórdica leva o jogador aos fiordes e regiões montanhosas da Suécia e Noruega, visitando lugares mitológicos nórdicos como a Forja dos Anões e o Poço de Urd.
A campanha dos Titãs retorna à história de Arkantos e seu filho Kastor, passando novamente pelos principais lugares da campanha grega, enquanto lutamos contra os Titãs.
Em todos os locais, a ambientação é perfeita, transmitindo características históricas e culturais na arquitetura, sotaques dos personagens e respostas aos comandos, faladas em línguas nativas. Tudo isso contribui para uma imersão enorme, tornando o jogo interessantíssimo de explorar do ponto de vista mitológico e cultural.

Gameplay:


Foi-se o tempo em que jogos de estratégia no console possuíam controles mal feitos e nada intuitivos. Age of Mythology possui uma gameplay incrível no controle e lembra muito a sensação de jogar Halo Wars pela primeira vez no Xbox 360. Você pensa: como um jogo de mouse e clique pode ser jogado no controle? E aí, você se encontra jogando com um mapa de controle perfeito e totalmente intuitivo.


As mecânicas ainda são as mesmas do Age of Mythology original, mas com algumas mudanças importantes na qualidade de vida durante a gameplay. É possível automatizar aldeões para coletar mais recursos específicos e selecionar grupos e unidades militares com total facilidade.

A velocidade de gameplay é mais rápida do que no AoM original, mas não é corrida. É perfeita e se encaixa com uma jogabilidade fluida, tornando a jogabilidade clássica menos datada.


O jogo possui muito conteúdo. Além das 3 campanhas distintas, ir atrás dos 100% do jogo é divertidíssimo. As conquistas são criativas, não tomam um tempo absurdo e os jogadores mais aficionados com certeza vão jogar muitas partidas no modo Skirmish contra a IA.

Dificuldade:


A campanha de Age of Mythology conta com 5 níveis de dificuldade: modo história, padrão, moderado, difícil e Titã. O jogo não fornece ou explica a diferença entre as dificuldades, mas há uma diferença considerável entre elas. Mesmo na campanha, a dificuldade moderada pode ser desafiadora e tornar as fases finais extremamente complexas para jogadores inexperientes no gênero. Contudo, a dificuldade padrão flui bem do começo ao fim, sendo bem fácil nas primeiras missões das campanhas.

Gráficos:


Considerando que Age of Mythology é um jogo de estratégia e comparando-o ao jogo original de 2002, Retold está lindo. A versão de Xbox Series S possui uma qualidade de imagem clara, e o jogo foi melhorado em todos os aspectos: texturas, iluminação, sombras, detalhes, modelos e designs de personagens e mapas! Não é o melhor gráfico que você já viu e pode não parecer tão maravilhoso ou detalhado de perto, mas não podemos esquecer que é um jogo de estratégia, e um dos mais lindos, sendo similar aos recentes remasterizados de Age of Empires.


O jogo é repleto de belíssima iluminação, sombras realistas, cores vibrantes, um grande estilo artístico e visuais limpos.

Performance:

  • Modo Desempenho: 900p – 1080p (Dinâmico com UPSCALING) / 60fps
  • Modo Qualidade: 1080p / 45 até 60 fps (instável) – pode gerar sensação de travamento ao dar zoom e girar o mapa. A fluidez não é boa. Considerando a pouca diferença para o modo Qualidade, recomendo que seja jogado no modo Desempenho.
    Os tempos de carregamento são rápidos e duram apenas poucos segundos.
    O desempenho na nuvem é inconsistente e não confiável, com travamentos e desconexões do stream.

Som:


A trilha sonora é incrível, transmitindo a sensação de originalidade, mistério e cautela do Age of Mythology original, revivendo todas as músicas que imortalizaram o jogo.
Já a dublagem em português deixa a desejar, com todo respeito aos dubladores que participaram do projeto.

As vozes soam robóticas e falham em transmitir a mesma emoção e entonação das originais, diferente do que a Blizzard fez em Warcraft ou Starcraft há alguns anos. Já os sons em inglês, tanto as vozes quanto os efeitos sonoros, são totalmente fiéis aos originais de 2002 e contaram com uma bela remasterização de áudio. Os cliques de seleção dos menus podem ser um pouco irritantes, mas isso foi corrigido ao abaixar o volume dos efeitos.

Outros pontos relevantes:


Vale mencionar também as artes gráficas e retratos dos deuses, que são incríveis e claramente feitos por artistas extremamente talentosos.
O compêndio dos deuses é muito completo e informativo, passando toda a história da mitologia dos deuses presentes no jogo, como Atlas, Gaia, Zeus, Prometeu, Isis, Horus, Baldr, Odin e Freyja, além de explicar todas as mecânicas das unidades e prédios do jogo.

Bugs:
Durante a experiência de jogar Age of Mythology, não encontrei nenhum bug relevante que tenha prejudicado o jogo. Experienciei alguns bugs menores, como:

  • Personagem atrai indevidamente a atenção do inimigo ao sair do caminho predeterminado pelo comando dado.
  • Saraivada de flechas constante caindo do céu nas fases em que o Centauro Quíron está presente.

Preço:


O jogo está disponível por R$ 99 em sua versão base e R$ 169 na versão premium, que inclui os antigos e clássicos retratos dos deuses, um novo modo de jogo mitológico e um novo deus nórdico, Freyr. Além disso, o jogo está disponível em seu lançamento pelo Gamepass, sendo de total valor e valendo demais o preço da assinatura.

Quack’s Game Score: 4/5

Autor: Fauno do História & Games

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