Chave recebida via 1UPPR

Double Dragon Gaiden: Rise of the Dragons é um beat ’em up com elementos roguelite, lançado em 27 de julho de 2023 para diversas plataformas, incluindo Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X/S e PC. Desenvolvido pelo estúdio independente Secret Base, distribuido por Modus Games, Maximum Entertainment e H2 Interactive. Vale destacar que os direitos da franquia Double Dragon pertencem à Arc System Works, que licenciou a propriedade intelectual para a produção deste jogo.
“Saudosismo com muita porrada e ainda com espaço para novidades”
PREMISSA/NARRATIVA
Em um futuro pós-apocalíptico, devastado por guerras nucleares e mergulhado no caos, gangues violentas assumiram o controle das ruas de Nova York. É nesse cenário hostil que Billy e Jimmy Lee, ao lado de novos aliados, decidem restaurar a ordem e enfrentar as facções criminosas que aterrorizam a população. Em Double Dragon Gaiden: Rise of the Dragons, o jogador é lançado em uma missão para eliminar quatro grandes gangues, cada uma dominando diferentes regiões da cidade e comandada por chefes implacáveis. O enredo, embora simples, cumpre seu papel de pano de fundo para a ação desenfreada que se desenrola, servindo como um combustível eficaz para a nostalgia e a pancadaria.
GAMEPLAY/JOGABILIDADE
Lançado como mais um capítulo na icônica franquia, Double Dragon Gaiden: Rise of the Dragons chega com a promessa de revitalizar o gênero beat ’em up ao unir elementos clássicos com mecânicas modernas. O resultado é uma experiência divertida, carismática e, ao mesmo tempo, imperfeita. Ainda que carregue nas costas o peso de um legado, o jogo da Secret Base se destaca por méritos próprios– mesmo tropeçando em alguns aspectos técnicos.
Logo de início, nota-se que os controles são acessíveis, convidativos tanto para novatos quanto para veteranos do gênero. A curva de aprendizado é suave, permitindo que qualquer jogador se sinta confortável em poucos minutos. Contudo, há um detalhe que inevitavelmente incomoda: um leve delay na resposta dos comandos. Em um jogo de ação rápida, onde a precisão é essencial para esquivar, contra-atacar e encaixar combos, esse atraso sutil mas persistente quebra parte da imersão e pode gerar frustração, especialmente em dificuldades mais elevadas.
O sistema de combate, por outro lado, é o coração pulsante do jogo. Os combos são fluidos, os golpes especiais possuem impacto e há uma recompensa tátil em cada sequência bem executada. Avariedade de personagens jogáveis é impressionante e cada um deles se diferencia não apenas por aparência ou estilo de luta, mas por atributos como velocidade, força, tipo de arma e até personalidade. Explorar essas diferenças é uma grande experiência– cada novo personagem
desbloqueado traz uma nova camada estratégica ao gameplay.
Além disso, a possibilidade de trocar entre dois personagens durante as fases (desde que selecionados previamente) adiciona profundidade ao combate e permite que o jogador se adapte dinamicamente a diferentes situações. Essa mecânica, embora simples, é eficaz e convida o jogador a experimentar combinações e estratégias distintas. A dificuldade progride de maneira justa, exigindo mais atenção e habilidade a cada nova fase. Os chefes, em especial, representam verdadeiros picos de desafio, exigindo timing e uso inteligente dos recursos disponíveis. Derrotá-los oferece uma autêntica sensação de conquista– vitórias que se saboreiam, especialmente após batalhas mais longas.
Adificuldade progride de maneira justa, exigindo mais atenção e habilidade a cada nova fase. Os chefes, em especial, representam verdadeiros picos de desafio, exigindo timing e uso inteligente dos recursos disponíveis. Derrotá-los oferece uma autêntica sensação de conquista– vitórias que se saboreiam, especialmente após batalhas mais longas.
O jogo também oferece um sistema de upgrades, permitindo aprimorar personagens com os recursos obtidos nas partidas. Isso, aliado à possibilidade de comprar novos personagens, músicas e até artes do jogo, adiciona camadas de personalização e incentivo ao replay– que, aliás, é bastante alto. Apesar de sua curta duração, Rise of the Dragons sabe exatamente o que quer entregar: uma experiência concentrada, sem enrolação, que deixa um genuíno gosto de “quero mais”. Em tempos de jogos excessivamente longos e inflados, essa concisão deve-se valorizar.
A campanha rápida favorece partidas mais espontâneas e reforça o apelo de revisitá-lo, seja para testar novos personagens ou para enfrentar os desafios com um amigo no multiplayer– disponível tanto localmente quanto online, outro acerto notável. A destruição parcial dos cenários é um detalhe que, ainda que discreto, adiciona vida ao ambiente, e o fator nostálgico é evidente a cada esquina, seja nas animações, nos sons ou nas referências à série clássica. Jogadores mais antigos serão transportados para uma época onde “bater e andar” era sinônimo de diversão instantânea– e, neste sentido, o jogo presta uma bela homenagem ao seu passado.
DIREÇÃO DE ARTE/ASPECTOS TÉCNICOS
Visualmente, o jogo aposta em uma arte bem executada, colorida e vibrante, ainda que não necessariamente marcante. Os cenários, por exemplo, cumprem seu papel estético, mas não impressionam ou inovam em termos de identidade visual. A sensação é de que já os vimos antes– não por serem uma homenagem direta a outros títulos da franquia, mas por soarem genéricos dentro da estética retrô moderna. Ainda assim, a apresentação geral é competente, com efeitos
visuais elegantes e coesos.
No campo sonoro, Double Dragon Gaiden entrega uma trilha sonora empolgante que remete aos anos 80 e 90, com batidas eletrônicas e temas dinâmicos que acompanham bem o ritmo da ação. Os efeitos sonoros, por sua vez, são consistentes e contribuem para a atmosfera das pancadarias de rua.






CONCLUSÃO
Em resumo, Double Dragon Gaiden: Rise of the Dragons é uma celebração moderna de um gênero atemporal. Apesar das falhas nos controles e de uma direção de arte pouco ousada, o título brilha em sua jogabilidade dinâmica, diversidade de personagens e no ritmo certeiro de sua progressão. É um jogo que não pretende reinventar a roda, mas que sabe como oferecer diversão honesta, com momentos marcantes e espaço de sobra para o retorno constante ao campo de batalha. Jogá-lo é, sem dúvida, uma experiência que se aproveitará com entusiasmo, especialmente se compartilhada com outro guerreiro urbano ao seu lado.
Para os fãs da franquia ou do gênero, trata-se de um título imperdível. Para os curiosos, uma excelente porta de entrada para um estilo que, felizmente, continua encontrando novas formas de brilhar,
