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DEMO Review | A.I.L.A e a beleza no horror

Eu acabei de jogar a versão para a imprensa de A.I.L.A Caso você não saiba, A.I.L.A vem do excelente time da Pulsatrix Studios, um estúdio brasileiro que ganhou notoriedade após lançar Fobia – St. Dinfna Hotel, um excelente jogo de terror. E, em A.I.L.A, isso não é diferente. Bom… na verdade, é tudo diferente.

A versão para a imprensa tem cerca de uma hora de duração, e acredite: aguentar a pressão que A.I.L.A. coloca na sua mente é surreal. Em apenas 13 minutos de jogo, eu já estava completamente imerso, imerso em escuridão!

A.I.L.A. não é para amadores. Ele foi feito para amantes do terror. E eu te adianto: sou alguém que gosta do gênero. Amo produções do cinema como Evil Dead, O Exorcista, Halloween, Sexta-feira 13, Invocação do Mal, Insidious e tantas outras. No mundo dos games, sempre fui fã de Silent Hill, Resident Evil, Fatal Frame, Rule of Rose, Haunting Ground e tantos outros, tenho até a mídia física de muitos deles até hoje.

Ele deu o mesmo sentimento de estar andando pelos corredores de Silent Hills P.T. e não é exagero. Digo que o único jogo de terror que me apavorou no mesmo nível de A.I.L.A foi o Silent Hill 2 Remake. E há um motivo para isso: a sensação de fragilidade, de não saber o que está acontecendo, de estar sozinho em um ambiente hostil. O sentimento é bruto. E, para piorar, uma claustrofobia gigante toma conta de você. A demo é linear, mas não se engane: o game promete te prender de uma maneira surreal.

Agora vou contar como foi a minha experiência jogando. Vou descrever o cenário dos primeiros 10 minutos, que já devem ser suficientes para você entender por que A.I.L.A promete ser um gigante do terror, saiba que A.I.L.A é brutal, é sufocante, é aterrorizante, faltam adjetivos para falar o quão incrível esse game é quando o assunto é terror, enfim, bora lá!

O game é singleplayer, em primeira pessoa, bem linear e claro, de terror, e ele é em primeira pessoa porque é para você ficar pertinho da ação, e dos perigos do game, e acredite, funciona…

Acho que uma boa ideia para explicar o que é AILA, é descrevendo um pouco do jogo para você ter noção do quão sinistro esse jogo é, pois bem, bora lá:

Você começa olhando para uma parede, sem entender o que está acontecendo. Seu personagem aparenta estar machucado e, ao olhar para o lado, percebe que sua mão está pregada em uma madeira. Então, sem pensar duas vezes, você a arranca à força do local onde estava presa, e o prego sai junto! Em seguida, remove a outra mão do ponto em que também estava pregada. Após retirar os pregos das mãos, você se vira e observa a parede onde estava preso: era uma cruz. Você foi crucificado, e talvez tenha sido torturado antes disso também. Você não tem a menor ideia de onde está. O local é escuro e há uma TV com interferência à sua frente. Não é possível ver nada através da janela do quarto onde você está, que, por sinal, é um ambiente abandonado e completamente sinistro.

Ao abrir a gaveta de um armário próximo, é possível encontrar uma pequena caixa, e dentro dela, um controle remoto, desses de TV mesmo. A porta do local está trancada, e há um tipo de aparelho na parede que permite digitar um código, o qual você não possui. Sem opções, decide apontar o controle para a TV e apertar um botão. Do nada, você aparece em outro quarto, um local diferente, e a TV agora emite um barulho ainda mais alto. Dessa vez, a porta ao lado se abre, revelando um corredor grande, escuro e molhado à sua frente. E quando digo escuro, é escuro mesmo, o ambiente é muito pouco iluminado.

Chego então ao quarto seguinte, onde encontro uma espécie de geladeira. Dentro dela, há um alicate. Tive até medo de imaginar para que ele seria usado… Ao lado da geladeira, há um cano hidráulico e, logo à frente, mais uma porta trancada.

Decidi voltar para o quarto anterior e explorar mais o que poderia acontecer com esse teleporte bizarro da TV. Novamente, apareci em um lugar estranho, inundado de água. A música que saía da TV era abominável, extremamente incômoda. Resolvi sair do quarto e entrei em um corredor bizarro. Lá havia uma gaiola com uma pistola dentro. Tentei pegá-la através de um buraco no chão da própria gaiola. Só que havia um problema: esse buraco era cercado por arame farpado, e claramente havia sido projetado para tornar extremamente doloroso o ato de retirar a arma. Mas eu a peguei mesmo assim. Isso me lembrou muito “Jogos Mortais”. Aliás, referências não faltam nesse game. Posso afirmar, sem sombra de dúvida, que ele foi feito com carinho.

Portas batem sozinhas ao seu lado, os sons são altos e perturbadores, você ouve ruídos inexplicáveis, se vira para trás e não vê ninguém. É tudo muito bem-feito. No fim desse corredor, encontrei uma porta trancada e, no lugar da maçaneta, uma válvula. Peguei a válvula e olhei pelo vidro da mesma porta: o líquido do outro lado era vermelho, e o local parecia estar alagado com um rio de sangue. Uma cabeça de boneca começou a boiar por esse rio.

Retornei para o quarto bizarro onde tinha os canos hidráulicos e mexi na valvula, após isso, entendi que a água do quarto anterior iria se esvaziar e meu caminho estaria livre, pois bem, comecei a me locomover rapidamente para lá, e ao passar pelo corredor escuro novamente a porta atrás de mim se fechou e um gigante bizarro e deformado surgiu na outra porta carregando um enorme machado, eu dei um grito alto aqui em casa, eu tentei atirar nele com a pistola mas não adiantou, ele acertou a machadada em mim, meu personagem não morreu, mas ficou bem machucado e o monstro sumiu em questão de segundos…

Não entendi nada do que tinha acontecido, mas precisei continuar. O caminho era bem sinistro. Coloquei a válvula nos canos e, como previsto, liberei a ‘água’ daquele quarto que estava entupido de sangue. Ao seguir meu caminho, a situação ficou ainda mais assustadora. No quarto seguinte, a porta se abriu, e havia uma silhueta me espiando. Demorei a criar coragem para ir ver o que era. Quando cheguei lá, era apenas um manequim. Porém, era um manequim muito endiabrado: toda vez que eu virava de costas, ele me olhava, e, ao me virar para encará-lo, permanecia imóvel. E a coisa foi piorando — a cada vez que eu trocava de quarto, o maldito manequim estava lá…

E, em certo momento, ele estava ao lado da porta. Juro que pensei muito bem antes de atravessar por ali, achando que aquele manequim ia me matar. Com Deus na causa, consegui passar por ele e cheguei à próxima área. Em um local específico, a coisa ficou feia: eu não parava de encontrar portas e mais portas. Até que, enfim, havia uma mensagem escrita em sangue em uma delas. Tentei abrir a porta, mas não consegui. Então parei para ler o que estava escrito nela…

“Sempre atrás de você”

Então, com o coração batendo a mil, virei para trás… e não havia nada ali. Mais uma vez, precisei refazer o caminho, abrindo as muitas portas novamente, pois, por algum motivo, estavam todas fechadas. A última porta tinha um desenho, parecia uma pessoa com roupas antigas, como as que vemos na Bíblia, mas o rosto era o de uma caveira. Fiquei bastante preocupado.

Cheguei a outro local, e ali o bicho pegou: havia vários corpos dentro de sacos de necrotério, cada um com uma identificação. Meu maior medo era que meu nome estivesse ali. Muitas perguntas se formaram em minha cabeça e eu só queria saber, o que está acontecendo…

A.I.L.A é um jogo belo e assustador, a ideia é te fazer ficar imerso, e você fica, ele te faz ficar preso em um universo bizarro e impiedoso, onde cada barulho pode custar a sua vida, ou no mínimo, a sua sanidade, me pergunto se quando eu conseguir jogar a versão definitiva dele eu serei capaz de zerar sem se ficar maluco. Fiquem de olho em A.I.L.A, o cenário brasileiro de games será ainda mais rico e incrível após o lançamento dele.

Isso tudo em apenas 12 minutos de jogo… A.I.L.A é algo surreal. Nunca imaginei que um estúdio brasileiro conseguiria criar algo tão incrível. O futuro é brilhante para os jogos do nosso país, e, com cada vez mais experiência e apoio dos brasileiros, temos certeza de que essas pessoas incríveis serão capazes de criar mundos únicos, tão belos quanto assustadores, como o de A.I.L.A.

Essa é a nossa prévia. Vamos lançar um vídeo com o comecinho do game para você ficar em pânico! E, lembrando: a demo tem cerca de 1 hora de duração, e eu quase infartei três vezes nesse tempo! Agora que estou de férias do trabalho, conseguirei mais tempo para desvendar os mistérios desse jogo, que promete ser um dos indies mais interessantes de 2025.

O único ponto negativo que encontrei foi um bug, em que consegui atravessar o cenário após interagir com um objeto. Mas o erro já foi reportado aos desenvolvedores e, ao recarregar o jogo, tudo funcionou normalmente. E claro, trata-se de uma versão beta, ou seja, o jogo ainda deve receber melhorias e ficar ainda mais polido.

Falando em desempenho, o jogo roda muito bem. Deixei os gráficos no máximo e tive uma experiência excelente, e olha que meu PC é simples! Vou deixar aqui minha configuração:

-32GB de RAM

-GEFORCE RTX 4060 TI

-Ryzen 5700

-SSD qualquer coisa de 1 tera

Conseguimos a chave do beta fechado de imprensa graças aos nosso queridos e cheirosos parceiros, galera do Patobah e Safe Zone, obrigado meninos, e claro, gratidão também ao pessoal da Pulsatrix Studios pela confiança, e fico grato por ter jogado esse game, ele tem um futuro brilhante, assim como o estúdio por trás dele.

Caso queira adicionar AILA na sua lista de desejos aqui está o link da Steam:

administrator
Fanático por Berserk e Dark Souls, colecionar de jogos retrô, faço análises de games que me interessam.

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