Um artigo de Fauno, do canal História & Games
Desde 2009, uma cidade alemã transforma-se no coração pulsante da indústria dos games. Um evento que já reuniu milhões de fãs, muita grana e os segredos do futuro da indústria dos games. Essa é a história da Gamescom – onde a paixão pelos jogos encontra os negócios e faz essa indústria, que tanto amamos, crescer. Eu sou o Fauno do História & Games e se você, assim como eu, vai na Gamescom, não esquece de me seguir nas redes sociais e manda um salve pra gente se trombar lá.
Origens – O Nascimento de um Gigante
A história da Gamescom surge em 2009 como uma sucessora da finada Games Convention, que era realizada na cidade de Leipzig, Alemanha até 2008. Devido a limitações logísticas em Leipzig (como transporte e hospedagem), a Associação Alemã de Software de Entretenimento Interativo (BIU) transferiu o evento para Colônia, na Alemanha. Essas limitações foram expostas pelas distribuidoras dos games, que pediam uma infraestrutura maior, para o maior evento de games europeu.
A primeira edição, que ocorreu entre 19 e 23 de agosto de 2009 atraiu 245 mil visitantes, 30% a mais do que a Games Convention de 2008 e foi um sucesso absoluto, ocorrendo no grande centro de convenções Koelnmesse Exhibition Centre, em Colônia. Ela apresentou anúncios marcantes, como o PlayStation 3 Slim, pela Sony e jogos antológicos como Diablo III, da Blizzard e Mass Effect 1, da Bioware.
A Era de Ouro (2010–2018)
Mas foi verdadeiramente, à partir de 2010, que a Gamescom se firma como um evento importantíssimo na indústria do games e entra em um longa era de ouro.
Ocupando uma área de 120.000 m² em Colônia, com espaços dedicados a jogos indie, eSports, retro games e até uma área de negócios para profissionais, entre os anos de 2009 e 2018, a Gamescom expandiu sua área de 120.000 m² para 200.000 m² e inaugurou diversas áreas temáticas a nichos como a Indie Arena e o Retro Gaming Lounge.




No ano de 2011, ocorreu a primeira edição do The International, um campeonato mundial de Dota 2, ainda em fase beta, mas que perdura até hoje e cresceu muito, contando com a participação de 20 equipes à partir de 2022.
2013 foi o ano que PS4 e Xbox One foram revelados ao público na Gamescom, iniciando mais um capítulo importante da guerra de consoles e marcando uma nova geração de hardwares para videogames.
Em 2016, o apresentador do The Game Awards, Geoff Keighley, nosso amado sapatênis dos games, deu uma entrevista em que falava sobre a E3 e seu constante declínio.
Já 2017, foi o ano que a Gamescom contou com a presença mais ilustre de toda sua história: ninguém menos do que Angela Merkel, a Chanceler do governo alemão, que jogou Mario Kart e declarou: “Os games são parte da nossa cultura digital.” A visita de Merkel à Gamescom correu os noticiários internacionais, reforçando a relevância política e cultural do evento.
Com mais de 370 mil visitantes em 2018 e 320 mil em 2023, a Gamescom consolidou-se como o principal evento presencial da indústria dos games após o declínio da E3.
A Revolução Digital (2019–2024)
À partir de 2019, algumas mudanças começaram a acontecer na Gamescom e trouxeram certa preocupação por parte da comunidade que acompanhava o evento.
Foi criado o Opening Night Live, evento de abertura apresentado por Geoff Keighley (criador do The Game Awards). O que parecia ser uma excelente ideia para abrir o evento com os “dois pés no peito”, também se revelou ser uma plataforma central para anúncios globais de marcas, não somente de jogos. Isso resultou no aumento exponencial de diversas propagandas de jogos de serviço e gacha, novidades e já existentes.
Mas essa ainda é a parte boa!! A parte ruim começa à partir de agora:
A Sony anunciou nessa mesma edição de 2019, sua ausência. Ou seja, a Sony não participou da Gamescom 2019 e preferiu focar em seus próprios eventos como o State of Play.
Outra notícia péssima que tivemos no ano seguinte de 2020 foi a pandemia de Covid-19, que abalou as estruturas do mundo inteiro e obrigou a população mundial a se trancar dentro de casa. No ano de 2020, a Gamescom operou de forma híbrida, reduzindo radicalmente a quantidade de ingressos presenciais, promovendo medidas de higienização pública e transmitindo o evento totalmente online.
Apesar de todas as dificuldades, a edição foi um sucesso de público e contou com 330 mil participantes online e em painéis exclusivos à realidade virtual.


Gamescom Latam
Vcs viram o sucesso que virou a Gamescom né? E claro, ela não poderia ficar confinada somente à cidade de Colônia, na Alemanha. Ela veio para nos visitar e ficou!
Em 2024, a Gamescom chegou ao Brasil como Gamescom Latam e à Singapura, consolidando-se como um evento global.
Realizada em São Paulo, a Gamescom Latam integrou com o BIG Festival (o maior evento de jogos indie do mundo) e atraiu mais de 100 mil visitantes em 2024 para jogar e falar sobre centenas de jogos de dezenas de países.
O BIG Festival foi o responsável por competições indies com jogos como o brasileiro Horizon Chase e o polonês Carrion. Vcs chegaram a participar ou ver?
A edição da Gamescom Latam em 2024 também contou com áreas como a eSports Arena (palco de finais de Mortal Kombat), o Cosplay Lounge e o Panorama Brasil (um painel com foco em desenvolvedores de jogos nacionais). Mas não é só de jogos que a Gamescom Latam é feita. O evento se destacou aqui no Brasil como um importante polo de negócios, aglomerando quase 2 mil profissionais de mais de 60 países, representando mais de 1000 empresas. A edição contou com 73 expositores e 51 co-expositores. Empresas como a Warner, Ubisoft, Microsoft e Nintendo visitaram a edição e impressionaram com grandes estandes que estampavam o lançamento de seus últimos jogos.
Eu tava lá em 2024 e eu vô tá de novo!
Em 2025, a edição ocorrerá de 30 de abril a 4 de maio no Distrito Anhembi, com participação de empresas como Nintendo, Ubisoft, NVIDIA, Warner Bros. e Pokémon GO.
Como eu disse, eu vou tá lá e vou contar tudo pra vcs sobre esse eventão!
O Futuro
Mas antes de fechar, eu quero saber de vcs. Qual vcs acham que será o futuro da Gamescom no mundo e na América Latina?
Seriam as tecnologias de realidade aumentada a próxima tendência? Ou vcs acreditam mais no poder da integração de IA generativa para personalizar experiências no evento? Ou ainda, a integração e parceria com metaversos, como o Fortnite, por exemplo, que pode vir a ser uma plataforma digital da Gamescom?
Bom, fato é que a Gamescom e sua irmã gêmea aqui em São Paulo não é apenas uma feira: é um fenômeno cultural onde o futuro dos games é escrito – por desenvolvedores, jogadores, sonhadores, estudiosos e jornalistas.
Eu vou estar lá na Gamescom essa semana e quem quiser, só mandar DM, viu?
Se vc gostou desse texto, por favor, manda praquele seu amigo que curte história, games e história dos games, porque me ajuda demais!
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