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Game of Thrones: Kingsroad – Poderia ser ótimo, mas optou por receita

Chave recebida via loopr

Game of Thrones: Kingsroad é um RPG de ação e aventura desenvolvido pela Netmarble, ambientado no universo da série da HBO. O jogo está programado para ser lançado oficialmente em 21 de maio de 2025 para PC e dispositivos móveis, com suporte a cross-play e cross-progression. Jogamos sua versão de acesso antecipado para PC.

“Um jogo de celular muito bem disfarçado como jogo de PC”

PREMISSA/ENREDO/NARRATIVA

Game of Thrones: Kingsroad apresenta uma narrativa original ambientada no universo brutal e imprevisível de Westeros, mais especificamente durante os eventos da quarta temporada da série. O jogo nos coloca na pele de um novo protagonista: um bastardo da Casa Tyre, uma casa menor do Norte, que agora vê sua linhagem ameaçada após a tragédia do Casamento Vermelho.

O enredo começa quando Marrok Tyre, o patriarca da família, convoca o jogador — o último herdeiro sobrevivente — para restaurar o nome e o prestígio de sua casa. A partir daí, você embarca em uma jornada cheia de intrigas políticas, batalhas brutais e decisões que ecoam por toda Westeros. Ao longo do caminho, o protagonista cruza com figuras conhecidas da série, como Jon Snow, Cersei Lannister, Jaime e Varys, o que reforça a sensação de que você está inserido de forma legítima no mundo criado por George R. R. Martin.

O jogo possui um modo história completo, que é o verdadeiro coração do jogo (e onde a empresa busca lucrar). A narrativa se desenrola por meio de missões principais e eventos que misturam escolhas morais, diálogos marcantes e combates desafiadores. O roteiro é sólido e respeita o tom da franquia: repleto de reviravoltas, traições e momentos dramáticos que colocam o jogador diante de decisões difíceis — como escolher entre lealdade à coroa ou à sua terra natal.

O grande diferencial aqui está no equilíbrio entre fidelidade ao universo da série e a liberdade criativa para explorar novas perspectivas dentro da mitologia de Westeros. Em vez de seguir os mesmos passos dos protagonistas da TV, você vivencia uma história paralela.

Trailer oficial do acesso antecipado

GAMEPLAY/JOGABILIDADE

O sistema de combate é em tempo real, permitindo aos jogadores utilizar uma variedade de armas, como espadas longas, machados, adagas, arcos longos e bestas. Durante as batalhas, é possível executar ataques rápidos e pesados, esquivar-se, bloquear e realizar combos para derrotar os inimigos. Além disso, cada classe de personagem possui habilidades especiais que consomem um recurso chamado “Rage”, que é recarregado ao atacar adversários. ​

A furtividade é uma mecânica importante no jogo. Os jogadores podem optar por abordagens silenciosas para evitar ou eliminar inimigos em fortalezas e acampamentos de bandidos, utilizando execuções furtivas e caminhos alternativos para completar missões sem serem detectados.

O jogo oferece um mundo aberto detalhado, permitindo aos jogadores explorar locais emblemáticos como Porto Real, Winterfell, Castelo Negro e Porto Branco. Durante a exploração, é possível encontrar missões secundárias, segredos escondidos e interagir com diversos personagens do universo de Game of Thrones.

Game of Thrones: Kingsroad suporta jogabilidade cooperativa em tempo real, permitindo que os jogadores se unam para enfrentar criaturas poderosas, como grifos, unicórnios e lobos gigantes. A cooperação entre jogadores é essencial para derrotar esses inimigos formidáveis e obter recompensas valiosas. ​

Apesar dos atrativos, há um preço a ser pago. O jogo prende os fãs com maestria, mas a progressão inevitavelmente se torna exaustiva, não pela jogabilidade em si, mas pela escassez de recursos, seguindo o modelo de muitos jogos mobile. Para avançar rapidamente, o investimento financeiro real é praticamente mandatório, caso contrário, longos períodos de estagnação em certos pontos da história são inevitáveis. É crucial lembrar que a versão para PC é uma réplica da mobile e, em vez de monetizar itens cosméticos, os desenvolvedores optaram por limitar a progressão, “forçando” os jogadores a investir dinheiro para prosseguir ou enfrentar semanas de espera no mesmo ponto da narrativa.

DIREÇÃO DE ARTE/ASPECTOS TÉCNICOS

Visualmente, o jogo acerta ao combinar a fidelidade aos cenários e à atmosfera épica da obra original com uma identidade criativa que o distancia de uma simples cópia da série da HBO.

Partindo da sua origem mobile, os gráficos e o visual impressionam positivamente, oferecendo bons cenários e fácil identificação dos personagens. Contudo, a leveza do jogo não o isenta de uma quantidade considerável de bugs, alguns inofensivos, mas outros com potencial para comprometer seriamente a experiência de jogo. Os fechamentos inesperados são particularmente críticos, pois quebram a imersão e podem levar à frustração e ao abandono por parte dos jogadores.

A trilha sonora, por outro lado, merece elogios, especialmente pelos seus elementos épicos que imergem o jogador no universo do jogo.

CONCLUSÃO

A trama é, inegavelmente, o ponto forte do jogo, prendendo o jogador, sobretudo aqueles familiarizados com a série, na ânsia de descobrir os próximos acontecimentos. No entanto, a necessidade de receita, inerente aos jogos mobile, cobra seu preço na forma de uma progressão lenta e custosa na história após determinado tempo de gameplay.

O jogo, apesar de apresentar qualidades razoáveis e potencial para uma recepção mais calorosa, sofre com a presença de bugs. Para quem busca uma imersão em Westeros, o jogo oferece essa chance, mas é crucial ter cautela, pois a progressão será inevitavelmente interrompida, forçando longos períodos de espera.

A jogabilidade, embora inicialmente promissora, perde o frescor com o tempo, podendo levar à desiludida constatação de ter sido enganado pela lógica dos jogos mobile. E, sejamos honestos, essa impressão reflete uma realidade inegável.

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Press Manager, criador de conteúdo e editor do Patobah | Pai, marido, pessoa com TEA | Gamer, fã de cultura pop e animes dos anos 90 - [email protected]

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