Chave recebida via JF Games PR
(Review feita utilizando o PS5 base)
(Escrito por Castelo), uma colaboração com GAMEWIRE

Mandragora: Whispers of the Witch Tree é um RPG de ação side-scroller com forte inspiração em elementos de Soulslike e Metroidvania, desenvolvido pelo estúdio húngaro Primal Game Studio e publicado pela Knights Peak Interactive. O jogo será lançado em 17 de abril de 2025 para PC (Steam e Epic Games Store), PlayStation 5, Xbox Series X|S e Nintendo Switch.
Como fã de jogos souls e metroidvania eu não pude tirar os olhos de Mandragora. Os gráficos pautados numa direção de arte mais sombria, a gameplay crocante e o mundo em declínio me fisgaram na hora. Anunciado no dia do meu aniversário em fevereiro de 2022, não tirei mais os olhos e antecipei o jogo desde então. Hoje, as vésperas de seu lançamento posso afirmar que a espera valeu a pena. Mandragora é um jogo INDIE fabuloso com um voice acting excepcional, legendas em português (ALÔ NINTENDO) e muito CONTEÚDO. Se você quiser completar o jogo espere por uma média de 30 a 40 horas. E isso com um personagem apenas. O fator replay repousa nos diferentes estilos de combate, finais, missões secundárias e obtenção de equipamentos e bestiário. Vamos a análise
“Essa Mandrágora não grita tanto quanto a do Harry Potter, mas promete”
PREMISSA/NARRATIVA
O jogo mergulha os jogadores em um universo sombrio e decadente, onde a magia é proibida e o mundo está sendo consumido por uma força conhecida como Entropia. Ambientado em Faelduum, um reino governado por arquimagos tirânicos, você assume o papel de um Inquisidor que, ao questionar seu propósito, embarca em uma jornada para desvendar os segredos por trás da corrupção que assola a terra.
O jogo oferece uma narrativa profunda e ramificada, com muitas horas de conteúdo, onde suas escolhas morais influenciam diretamente o destino do mundo. Inspirado por mitos, folclores e contos de fadas europeus, o enredo é enriquecido por personagens complexos e desafios que testam tanto a habilidade quanto a ética do jogador.
GAMEPLAY/JOGABILIDADE
O menu de criação de personagem é simples e direto. Homem ou Mulher, cabelo, tom de pele, tatuagens…Enfim, é básico. Mandragora começa nos mostrando o contexto de seu mundo e até com uma breve explicação do que é nosso personagem : Você é um inquisidor, um guerreiro temente ao Rei Sacerdote. Sendo uma elite da guarda do rei, você é um dos poucos humanos que podem usar magia com o fim de proteger seu reino de ameaças sobrenaturais. Durante o julgamente de uma bruxa no castelo da Cidade Carmesin um suspiro, uma voz acaba guiando sua lança , atravessando o coração da besta e dando um fim a seu sofrimento. O rei vendo uma oportunidade e querendo acalmar a multidão enfurecida, interpreta o ato como uma vontade divina. E é ai que as coisas começam a ficar interessantes. A história é escrita por Brian Mitsoda de Vampire : The Masquerade – Bloodlines então esperem um altíssimo nível em roteiro e escrita.
O jogo tem uma Claymore. O jogo tem builds focadas em guerreiros pesados. Eu repito, tem Claymore.
O jogo tem um HUB principal onde NPCS vitais ficarão chamado A Árvore da Bruxa. O combate é o ponto alto do jogo pra mim. Simples e funcional, com uma camada de complexidade ao avançar do jogo sem ser nada frustrante. Espere por barras de estamina, vida e mana e uma nova focada em classes de batalha, a adrenalina. Essencial em combate, quanto mais você ataca, mais adrenalina terá. Em troca, movimentos como ataques cortantes e outros especiais podem ser desencadeados. A moeda da vez é OURO, naturalmente para adquirir itens de comerciantes e em alguns casos também a ENTROPIA, energia mágica latente que o Inquisidor recupera de inimigos caídos e que apenas PESSOAS SENSÍVEIS A ELA conseguem transformar em força e subir de nível, usando as pedras mágicas de bruxa que aqui funcionam como os pontos de salvamento, recuperação da poções de vida e renascimento de inimigos como todo bom Soulslike que se preze. O sistema de níveis não é o convencional de maneira direta, onde os atributos do personagem vão melhorando naturalmente com o nível, mas a partir de uma janela de habilidades pré-estabelecida de acordo com a classe que você escolher. Você podera evoluir atributos como força, destreza e até focados em magias seguindo uma série de caminhos por uma árvore de habilidade focada única e exclusivamente na classe que escolher.
O jogo me agradou nesse ponto porque há para todos os gostos: Você pode ser um assassino com foco em dano rápido e veneno, uma espécie de guerreiro que manipula armas convencionais e manipula dano de raio ou “natureza” como o jogo implica. Todas divertidas, funcionais e que se adaptarão de acordo com o que o jogador quiser. E sim caro leitor, seus inimigos também te infligirão esses mesmos danos então leve em consideração cada build que você fizer para enfrentar uma região onde esses danos serão comuns. O meu guerreiro pesado é especialista em infligir sangramento, que gera dano contínuo e enfraquece a resposta de ataques do inimigo. Há também as habilidades que você pode equipar em slots pré determinados. A que mais uso é o parry e o ataque cortante que inflige sangramento. Equipamentos, melhorias e respectivos upgrades nos mesmos como infligir um tipo de dano específico podem ser acessadas por um ferreiro. Bem tradicional como deve ser.
Da pra fazer carinho no gato. Meu cavaleiro Onofre, o bofe, apelidou esse de zézinho!
DIREÇÃO DE ARTE/ASPECTOS TÉCNICOS
Direção de arte e dublagem do jogo são espetaculares e me surpreenderam demais. Trabalho de qualidade notável pra um projeto INDIE.
Os gráficos são ótimos. Os cenários de fundo são cheios de detalhes e os sets , armas e inimigos tem um design competente. Os efeitos de chuva e sangue corroboram pra isso também. Os menus são didáticos a exceção do acesso ao mapa que além do botão para acessar a aba, você tem que acessá-lo com R1. Ao menos há marcadores e o mapa fica bem interessante de se explorar quando logo no início o cartógrafo é liberado. Geralmente, metroidvanias atuais tem dificuldade em situar o jogador em seu mundo com mapas confusos, mais artísticos. Isso me irrita produndamente por exemplo em Hollow Knight, mas, felizmente esse não é o caso de Mandragora. Marquei Baús, pontos de interesse e interações com cidadãos a bel prazer sem me perder por um minuto. Destaque também para a construção de Faelduum também. Pântanos, vilarejos, florestas, castelos, cemitérios e mansões assombradas são só algumas das localidades onde você irá se aventurar em sua jornada.
Efeitos sonoros e música importam muito em um jogo e aqui devo dizer que o trabalho se cumpre de maneira bem competente. A trilha sonora tem a assinatura de Christos Antoniou (SEPTICFLESH) e apesar de ser muito boa, carece de momentos mais épicos. Já os efeitos sonoros merecem maior destaque: carne se cortando, metal contra pedra, raios, inimigos resmungando e criaturas soltando rugidos, tudo aqui é variado e funcional. O jogo surpreender caro leitor pode soar algo forçado por parte deste crítico, mas devo lembrar que este é um projeto menor, com fundos também de diversos jogadores via Kickstarter. E posso afirmar que os desenvolvedores entregaram um jogo com qualidade de fazer inveja a muito jogo grande do mercado.






CONCLUSÃO
Mandrágora é um jogo espetacular. Bons gráficos, combate satisfatório e história madura se juntam a um pacote que pra fãs do gênero é imperdível. E mesmo você que quer começar a desbravar o mundo dos soulslikes, há inúmeras opções de acessibilidade que variam desde dano a resistência de inimigos. Mandragora : Whispers of the Witch Tree é extremamente recomendado.

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